Imaginários Fermentadores nas Rodas de Capoeira Angola do Accara: elementos de uma educação circular.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Hentges, Angelita
Orientador(a): Peres, Lúcia Maria Vaz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7728
Resumo: A pesquisa que apresento está inserida na linha de pesquisa Cultura Escrita, Linguagens e Aprendizagem (CELA), e no interior do Grupo de Estudos e Pesquisas Imaginário, Educação e Memória (GEPIEM), a qual trata da investigação do imaginário fermentador de educação das rodas de Capoeira Angola da Associação Cultural de Capoeira Angola Rabo de Arraia-ACCARA. Esta teve como questão central: Que temas arquetipais constituidores da roda de Capoeira Angola do ACCARA são fermentadores de educação? E como objetivos: desvelar os temas arquetipais fermentadores de educação; descrever o desenrolar de uma das rodas; e cotejar a representação destas para os capoeiristas. A investigação ampara-se nos estudos teóricos de Gilbert Durand, acerca do imaginário mítico, compreendendo-o como berço de sentido da ação humana, ao mesmo tempo reservatório e motor de todas as imagens já produzidas, e ainda a produzir pelo homo symbolicus. O mergulho na empiria tomou como referência o que o autor preconiza como Metodologia da Convergência, como uma modalidade de diferentes entradas no campo empírico. Estas foram feitas, pelo seguinte: filmagem de uma das rodas, elaboração de um inventário de cenas a partir da filmagem, composição de um conjunto de cartas representativas de jogadas, a partir do inventário das cenas e, também pela conversa com os capoeiristas, tendo como suporte as cartas. O processo de análise baseou-se no rastreamento das redundâncias e repetições de sentido profundo, a partir dos gestos, das expressões, e no depoimento dos jogadores. Estes conduziram à emergência dos seguintes temas arquetipais: A roda da vida, a vida que roda – Oyá-Iansã e Ogum; Os golpes e as quedas – Oxumarê e Euá; Berimbau – A Grande Cabaça e Egun; e A Ginga – O Senhor dos Caminhos, o Senhor do Destino e a Grande Mãe. Os temas arquetipais encontrados revelaram que das profundezas da roda, emergem elementos de uma Educação Circular, colada na cultura da ancestralidade do universo afro-brasileiro, denotando o tempo sagrado da circularidade, que gera renovação. Ao final desta investigação foi se confirmando o que tinha como pressuposto inicial de tese. Qual seja: de que as rodas do grupo compõem-se por imaginários fermentadores de profunda formação humana, embebidas pelos símbolos circulares da ancestralidade afro-brasileira.