Baobá na encruzilhada: ancestralidade, Capoeira Angola e permacultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Machado, Sara Abreu da Mata
Orientador(a): Araujo, Rosangela Janja Costa
Banca de defesa: Barreto, Paula Cristina da Silva, Silva, Renata de Lima, Oliveira, Margarete Rodrigues Neves
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Doutorado Multidisciplinar e Multi-Institucional em Difusão do Conhecimento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/20061
Resumo: O presente trabalho considera a Capoeira Angola na encruzilhada entre natureza e cultura. A capoeira, fenômeno que tem suas origens prováveis no contexto rural, consolida-se, na atualidade, nos grandes centros urbanos e em comunidades internacionais, multiculturais. Nas últimas décadas, alguns mestres de capoeira estruturam suas vidas em áreas não urbanas, onde realizam trabalhos de capoeira junto a práticas como a permacultura, na busca por formas de vida mais sustentáveis e integradas à natureza. O projeto Kilombo Tenonde – um centro de capoeira angola e permacultura, coordenado pelo mestre Cobra Mansa e localizado no município Valença/BA –, identificado como um Espaço Multirreferencial de Aprendizagem, é o microcosmo da pesquisa, a partir do qual identificamos outras iniciativas com propostas semelhantes. Partimos, assim, da seguinte pergunta de investigação: quais são os elementos epistemológicos que podem ser identificados, a partir da Capoeira Angola, na sua intersecção com a permacultura? Esta pesquisa está situada no campo de estudos sobre a produção e difusão de conhecimentos, mais especificamente na relação entre Cultura e Conhecimento, com a proposta de acompanhar o movimento de ampliação dos desafios tomados pelos capoeiristas, unindo experiências, princípios éticos, práticas, saberes e fazeres mais ecológicos, solidários, humanos e integrados. Este é um campo de estudos em que a produção e difusão de conhecimentos é multirreferencial, pois integra saberes de comunidades diversas: de capoeiristas, de permacultores e acadêmicos (comunidades tradicionais, técnicas e epistêmicas). O percurso metodológico parte do meu lugar como pesquisadora e também capoeirista, angoleira, envolvida no campo de estudos. Tomo a própria Capoeira Angola como uma possível epistemologia, ancorada na ancestralidade, compreendendo a capoeira como filosofia de vida, uma forma de ver o mundo de modo complexo, dinâmico, corporal, artístico. Construímos, assim, a proposta metodológica da encruzilhada, na qual nos posicionamos de forma implicada na pesquisa, buscando relacionar de diversos ângulos algumas categorias interpretativas, tais como: Ancestralidade, Capoeira Angola, Cultura, Natureza, Corpo, Permacultura, Multirreferencialidade, Diversidade e Diferença e Interculturalidade. Apontamos, com isso, alguns princípios “permangoleiros” tais como: corpo-natureza sagrado, corpo-movimento de liberdade, a ginga como arte de (con)viver com as diversidades, corpo-território ancestral. Esses princípios indicam elementos epistemológicos de uma ancestralidade africano brasileira em um movimento inovador e transformador que acontece a partir da integração entre a capoeira e a permacultura.