Acolhei aos perseguidos! Redes de mobilidade que salvaguardavam vidas na fronteira entre o Brasil e o Uruguai (1964-1975)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gonçalves, Darlise Gonçalves de
Orientador(a): Gasparotto, Alessandra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9225
Resumo: Este estudo busca refletir sobre o papel ocupado pela fronteiriça cidade de Jaguarão - RS dentro da agenda de resistência à última ditadura brasileira. Com base no mapeamento, realizado a partir de relatos orais, memorialísticos, imprensa local e documentação produzida pelos agentes da repressão buscamos apontar a configuração e o modus de atuação das redes de mobilidade locais, responsáveis por desenvolverem a atividade de Travessia dos perseguidos políticos na referida fronteira. Formados pelos mais diferentes atores sociais esses grupos estavam vinculados a uma ampla rede de resistência, solidariedade e enfrentamento a ditadura, sendo vitais para salvaguardar vidas daqueles que sofriam perseguição política em um cenário onde as Travessias estavam muito além de um simples transpor de fronteiras geopolíticas, demandando um complexo planejamento para driblar a fiscalização existente nesses espaços. Esse estudo busca também apontar quais aspectos da vida cotidiana dessa cidade e particularidades de um território populacionalmente pequeno e fronteiriço afetavam direta ou indiretamente a referida atividade. Por fim, salientamos que embora na literatura pertinente ao período o estado do Rio Grande do Sul seja apresentado enquanto um espaço de trânsito, tanto de: setores repressivos quanto de grupos de oposição à ditadura, ao serem mencionadas essas Travessias pouco ou nada se fala nestas enquanto atividades altamente complexas, e menos ainda é pontuado o protagonismo dos agentes que viabilizavam esse processo, suas conexões e investimentos para o desenlace dessa atividade. Tendo em vista o seu teor clandestino, faz com que a História Oral seja a metodologia mais indicada para que essas narrativas de solidariedade e resistência sejam acessadas, uma vez que as mesmas não se encontram dentre aquelas que constituem a memória oficial da cidade, circulando enquanto ―memórias clandestinas‖, compartilhadas apenas entre pequenos grupos ligados de algum modo aos indivíduos que vivenciaram direta ou indiretamente esses processos.