Ocupar e resistir: uma etnografia sobre os modos de construir a cidade a partir do Assentamento 20 de Novembro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Segat, Flávia
Orientador(a): Aderaldo, Guilhermo André
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/13763
Resumo: Essa dissertação concentra sua atenção em desdobramentos sociopolíticos decorrentes da falta de habitação para um grande contingente da população brasileira. Falta essa que resulta de um processo histórico politicamente construído de concentração de terras, renda e poder nas mãos de poucos. A partir desse cenário, apresento as ocupações como resposta da população civil organizada em movimentos sociais à falta de moradia digna e situo o Assentamento 20 de Novembro, localizado na região central da cidade de Porto Alegre, mais especificamente no Quarto Distrito, como foco central de análise. Meu objetivo é compreender os modos de habitar e conceber política e intelectualmente a cidade, tendo como plano de referência o cotidiano de um grupo de famílias que se localiza à margem do Estado. A partir do trabalho etnograficamente informado, percorro algumas cenas que indicam para o modo pelo qual meus/minhas interlocutores/interlocutoras, por intermédio de suas relações sociais, transformam a experiência de vida em ferramenta política contra o autoritarismo de elites que usam as próprias leis como instrumentos de conservação da estrutura hierárquica responsável pela perpetuação de seus privilégios. Nesse percurso, tenho como hipótese que o referido Assentamento se configura como modelo de urbanismo imaginado e realizado concretamente pelas pessoas que o fazem em seu cotidiano. Argumento, nesse sentido, que essas experiências constroem conhecimentos e desvelam a cidade não como um fato autoevidente, mas como um devir, capaz de revelar potencialidades voltadas à radicalização democrática.