Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Duarte, Nilza Moraes |
Orientador(a): |
Altmann, Lori |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/13770
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Resumo: |
Apresento nesta pesquisa antropológica, de cunho etnográfico, as narrativas de seis mulheres negras, estudantes do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAnt) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que, em momentos diferentes, ingressaram no Mestrado e/ou Doutorado e por meio de ações afirmativas. O objetivo geral da pesquisa, desta dissertaçao de mestrado, foi investigar, analisar e compreender, através de narrativas, as formas como o racismo poderia estar ou não a prejudicar a adesão e a permanência de estudantes negras/os no Programa de Pós-Graduação em Antropologia/PPGAnt. Para efetivação das propostas, parti de objetivos específicos, ou seja, dos seguintes: examinar, no contexto histórico, os fatores que levaram países a criarem políticas de ações afirmativas; demonstrar os problemas que induziram a criação de Políticas de Ações Afirmativas, em especial a Lei de Cotas no Brasil; verificar os procedimentos que foram adotados no Programa de Pós-Graduação em Antropologia para implementação das Ações Afirmativas, Políticas de Cotas, no acesso e na permanência de estudantes negros/as, e, por fim, analisar, através de teorias antropológicas e por meio de teóricas/os negras/os, o vivido e sentido pelas discentes cotistas do PPGAnt – mulheres que percorreram um itinerário formativo em espaços recentemente democratizados. Por fazer parte deste coletivo, enquanto mulher negra estudante, também ingressante por estas políticas no Mestrado do aludido Programa, trago minha autoetnografia perfilando caminhos profissionais, formativos e pessoais que, de certa forma, entrecruzam-se, legitimando as desigualdades e as carências sociais, que levaram à necessidade de serem criadas políticas públicas de ações afirmativas para acesso ao Ensino Superior e a fim de viabilizar uma equidade social. Para compreensão destas políticas, detalho os aspectos históricos das ações afirmativas, fazendo uma breve apresentação da história em alguns países, pioneiros na efetivação das mesmas. Na sequência apresento os movimentos no Brasil, bem como, para maior entendimento do percurso brasileiro, farei um mapeamento cronológico dos acontecimentos. Além disso, exponho os sentidos dos conceitos usados para escravização e submissão das pessoas negras, as lutas sociais dos movimentos negros e um itinerário construído sob o prisma de uma falsa democracia racial. Ainda, discorro a respeito da coligação do Movimento Negro Unificado e a Marcha Zumbi dos Palmares até Brasília, que culminou numa mudança social a favor de ações positivas, com seu auge nas deliberações pós seminário na UNB e o encontro dos países na Conferência de Durban em 2001. A partir desta explanação, pontuo as leis criadas no governo da presidenta Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), com o intuito de democratizar o acesso ao ensino superior e a seguir a normatização de ações para os Programas de Pós-Graduação. Nesse momento, direciono o olhar para o PPGAnt e para a UFPel, trazendo uma relação de dados, fruto de pesquisa documental, numa abordagem também quantitativa com levantamento parcial de informações, para elucidar a trajetória do conjunto de discentes negro/as, que ingressaram desde a adoção das políticas em 2014 até 2023. O objetivo foi compreender os procedimentos adotados no programa, através das narrativas das interlocutoras, que vivenciaram o processo neste espaço, para entender o modus operandi das relações estabelecidas. |