Mulher negra em movimento : trajetórias de estudantes cotistas e egressas do Programa de Educação Tutorial Conexões Políticas Públicas de Juventude (PET/PPJ) da UFRGS (2012-2022)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pereira, Roseli da Rosa
Orientador(a): Meinerz, Carla Beatriz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/272048
Resumo: A presente tese objetiva compreender e analisar a construção de estratégias nas trajetórias de estudantes negras, bolsistas de extensão, selecionadas por Ações Afirmativas no Programa de Educação Tutorial Conexões Políticas Públicas de Juventude da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PET/PPJ/UFRGS), enfocando a compreensão de suas inserções acadêmicas e profissionais após sua egressão. A metodologia se desenvolveu sob o prisma de uma abordagem qualitativa, primando pelo aspecto descritivo da forma como se deu a relação com as jovens pesquisadas, sobretudo buscando evidenciar com vigor suas falas, através de citações inspiradas na escuta atenta e sensível proposta por Paulo Freire (1981; 1996). Os dados foram produzidos por meio de enquetes preliminares e entrevistas semiestruturadas com sete estudantes, coadunadas com a análise documental a partir das produções acadêmicas das egressas do PET/PPJ. Os resultados elucidam possíveis contribuições da experiência no programa, enquanto atividade extensionista que acolhe estudantes ingressantes por Ações Afirmativas na universidade, para o processo de formação política dos estudantes, sobretudo para a criação de caminhos novos de inserção acadêmica e laboral. Os referenciais teóricos ancoram-se na perspectiva de autorias do Feminismo Negro e da Interseccionalidade, como bell hooks, Grada Kilomba, Angela Davis, Nilma Lino Gomes, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Djamila Ribeiro e Patrícia Hill Collins, entre outras. Houve inspiração teórica e metodológica na proposição de escrevivência cunhada por Conceição Evaristo. A categoria racismo estrutural e institucional foi embasada a partir de Sílvio Almeida, assim como o conceito de racismo recreativo foi amparado em Adilson Moreira. Os resultados finais conformam a tese na perspectiva da defesa e argumentação de que as estudantes universitárias negras cotistas do PET/PPJ têm mais barreiras na consecução de sua vida acadêmica e laboral, notadamente amplificadas pela pandemia, que acirrou as desigualdades interseccionadas por raça, classe e gênero. Comprova-se que a principal estratégia é a construção de uma rede de mulheres negras que se faz antes, dentro ou fora da universidade, e se redimensionou no PET/PPJ. Tal rede tem aspectos comunitaristas, de relação com movimentos sociais e políticos emancipatórios, assim como laços familiares e de ancestralidade em comum. Evidencia-se que a sororidade entre elas se constituiu em uma rede de apoio.