Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ledebuhr, Kauane Nayara Bahr |
Orientador(a): |
Brüning, César Augusto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/11311
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Resumo: |
A dor é uma condição médica presente em diversas patologias como um efeito secundário e incapacitante, além de ser categorizado como um fenômeno multidimensional e multifatorial, que envolve diferentes sistemas de neurotransmissores, incluindo o serotoninérgico. Por este motivo, é necessário obter compostos analgésicos que possuam maior eficácia e menos efeitos adversos. Levando em consideração as propriedades farmacológicas demonstradas pelo selênio e pelo núcleo benzamida, ambos componentes foram incorporados a uma nova molécula: a benzamida N-3-(fenilselenil)prop-2-in-1-ílica (SePB). Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito antinociceptivo deste composto em modelos de dor em camundongos e sua interação com receptores serotoninérgicos. Foram utilizados camundongos Swiss adultos, machos, pesando entre 25 e 30 g, provenientes do Biotério Central da Universidade Federal de Pelotas. Inicialmente foi realizada uma curva de tempo-resposta no teste da imersão da cauda e posteriormente uma curva de dose-resposta nos testes de imersão da cauda, chapa quente e glutamato. Em todos os testes realizados, foi avaliado o tempo para a resposta de nocicepção do animal. Para a curva de tempo-resposta, os animais receberam 10 mg/kg da SePB, diluída em óleo de canola, por via intragástrica, 15 minutos, 30 minutos, 1 hora ou 2 horas antes da realização do teste de imersão da cauda. Nas curvas de dose- resposta, foram utilizadas as doses de 1 mg/kg, 10 mg/kg e 50 mg/kg do composto diluído em óleo de canola, administradas aos animais por via intragástrica 30 min antes dos testes nociceptivos. Na curva de tempo-resposta, a SePB aumentou a latência para a resposta nociceptiva no teste de imersão da cauda a partir de 30 minutos, o qual foi escolhido para posteriores testes. Na curva de dose-resposta, realizada no teste de imersão da cauda, a SePB aumentou a latência para a resposta nociceptiva em todas as doses testadas. Nos testes da chapa quente e glutamato na pata, a SePB aumentou a latência para nocicepção a partir da dose de 10 mg/kg. Estes resultados demonstram que a SePB apresentou efeito antinociceptivo. Para avaliação do sistema serotoninérgico foram administrados antagonistas seletivos de receptores 5-HT, sendo eles, WAY100635 (0,5 mg/kg, por via subcutânea, um antagonista do receptor 5-HT1A), cetanserina (0,3 mg/kg, intraperitonealmente, um antagonista do receptor 5-HT2A/2C) ou ondansetrona (0,5 mg/kg, intraperitonealmente, um antagonista do receptor 5-HT3 ), 15 minutos antes da administração da SePB (10 mg/kg, por via intragástrica). O teste comportamental foi realizado 30 minutos após a administração do composto. O WAY100635 e a cetanserina atuaram bloqueando o efeito nociceptivo apresentado pelo composto, enquanto a ondasetrona não teve interação com o efeito ocasionado pela SePB. Antes de qualquer experimento foi realizado o teste de campo aberto para avaliar a existência de um possível déficit locomotor, o qual não foi identificado. Concluímos que a SePB apresenta efeito antinociceptivo, que pode ser modulado pelo sistema serotoninérgico, especificamente através dos receptores 5-HT1A e 5-HT2A/2C, com isso demonstrando ser um composto promissor para o tratamento da dor. |