Atividade do tipo ansiolítica do 3-((4- metoxifenil)selanil)-2- fenilbenzofurano (SeBZF3) em camundongos: uma possível contribuição do sistema serotoninérgico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Magalhães, Larissa Sander
Orientador(a): Bortolatto, Cristiani Folharini
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/11569
Resumo: A ansiedade tem se tornado um dos principais transtornos ligados à incapacidade mortalidade. Os transtornos de ansiedade são as condições psiquiátricas mais frequentes na população mundial. O Brasil é está situado na quarta posição entre os países latinos no que concerna a prevalência de transtornos ansiosos. Compostos à base de selênio são interessantes do ponto de vista farmacológico, visto que estão sendo relacionados ao tratamento e modulação de transtornos mentais em estudos pré-clínicos. Nosso estudo teve como objetivo encontrar algum potencial candidato de eficácia do tipo-ansiolítica dentre a classe de compostos selanil-benzo[b]furanos (SeBZF1-5). O SeBZF3 se destacou como efeito do tipo ansiolítico no teste claro escuro (LDT) na dose de 50 mg/kg realizado em camundongos swiss machos. Dessa forma, os camundongos foram pré-tratados por via oral com SeBZF3 (5, 25 e 50 mg/kg, por via oral) ou veículo 30 min antes dos testes. O composto demonstrou efeitos do tipo ansiolítico no teste do claro escuro (TCE) e teste de supressão alimentar pela novidade (TSAN) na dose de 50 mg/kg, enquanto no teste do labirinto em cruz elevado (TLCE) foram observados efeitos significativos a partir da dose de 25 mg/kg. O teste de campo aberto (TCA) também foi realizado, visando descartar qualquer efeito psicoestimulante ou sedativos dos tratamentos, dessa forma, percebeu-se que paramêtros lomocotores e exploratórios não foram afetados. Com foco nos mecanismos serotoninérgicos, experimentos in vivo foram delineados para combinar o tratamento com SeBZF3 à depleção central de serotonina ou drogas serotoninérgicas. O efeito ansiolítico do SeBZF3 (50 mg/kg, i.g.) foi bloqueado pelo pré-tratamento com p-clorofenilalanina (p-CPA), um inibidor seletivo da triptofano hidroxilase (100 mg/kg, i.p. por 4 dias). Além disso, experimentos foram realizados para investigar a combinação de doses subefetivas de SeBZF3 (5 mg/kg) com doses subefetivas de fluoxetina (inibidor seletivo da recaptação de serotonina, 5 mg/kg) ou buspirona (agonista parcial do receptor 5-HT1A, 2 mg/kg) no TCLE. O tratamento 9 repetido com SeBZF3 (1 e 5 mg/kg, i.g.) foi eficaz em causar efeitos do tipo ansiolíticos. Além disso, foi avaliada a capacidade do composto de inibir a atividade da monoamina oxidase A (MAO A) cerebral, enzima que degrada preferencialmente a serotonina. A coadministração de doses subefetivas de SeBZF3 e fluoxetina ou buspirona teve alguns efeitos sinérgicos evidenciados pelo aumento do tempo gasto nos braços abertos e número de mergulhos de cabeça no TLCE. Resultados in vitro mostraram que SeBZF3 (50 a 500 μM) inibiu a atividade da MAO-A cerebral. A atividade desta isoforma também foi inibida 4 horas após a administração oral do composto, conforme verificado por análises ex vivo. Além disso, a dose de 5 mg/kg de SeBZF3 quando administrada repetidamente foi efetiva em inibir a enzima em análises ex vivo. Tomados em conjunto, esses dados demonstraram os efeitos do tipo ansiolítico do SeBZF3 em camundongos e sugerem um possível envolvimento do sistema serotoninérgico, entretando mais estudos são necessários para elucidar maiores mecanismos envolvimentos na modulação do composto.