Na encruzilhada das práticas e memórias negras: benzedura e ancestralidade no município de Pelotas-RS.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Ana Paula Melo da
Orientador(a): Dias, Liz Cristiane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5539
Resumo: A benzedura é uma prática comum em todo território brasileiro, sua utilização enquanto modalidade de cura data de tempos imemoriais. No presente trabalho considera-se esta enquanto prática híbrida, formada através do conjunto de culturas africanas, indígenas e europeias, no entanto debruça-se com maior afinco acerca das contribuições negro-africanas por considerar que a prática foi imprescindível para a manutenção da vida e possibilidade de sobrevivência durante a diáspora e que ainda hoje atua enquanto alternativa de cura e autocuidado. Para além de sua concepção atrelada ao processo de saúde-doença, interpreta-se a benzedura também como um processo de aprendizagem para seus atores. Dessa forma, o objetivo desta dissertação de mestrado é compreender, através de narrativas de benzidos, os saberes que são potencializados, assimilados ou desencadeados através da experiência de benzedura bem como traçar uma análise acerca das possíveis formas de ocorrência destes. Para tanto foi elaborado, através da metodologia de história oral, um memorial desenvolvido por meio da narrativas de dez benzidos do município de Pelotas/RS que permite visualizar as motivações, o processo da benzedura e o que permaneceu após a experiência e que, por vezes, é perpetrado no cotidiano. Para embasar estes apontamentos e usar as lentes adequadas para tanto, integra o processo de pesquisa também uma revisão bibliográfica que utiliza-se principalmente de referenciais da Geografia, da educação e também das temáticas étnico-raciais, voltadas em especial, para o estudo da ancestralidade, do repasse de saberes e experiências e práticas negras de sobrevivência e resistência.