O fio ancestral: tecendo narrativas escreviventes
Ano de defesa: | 2022 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19767 |
Resumo: | A presente pesquisa se desenvolve a partir da história de vida e dos saberes compartilhados de quatro mulheres guardiãs de saberes ancestrais ameríndios e afrodiaspóricos em regiões periféricas distintas (Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São Gonçalo), tendo como objetivo investigar e registrar os saberes e práticas ancestrais de cuidado que compõem o ofício de mulheres negras e indígenas, rezadeiras, erveiras e educadoras-pesquisadoras, em diálogo com a educação e com a relação destas mulheres com tais saberes orgânicos. As entrevistas foram realizadas a partir da escrevivência de Conceição Evaristo enquanto escolha metodológica em um cruzamento com a metodologia narrativa na construção do roteiro das entrevistas. Através da abordagem qualitativa, e tendo a transmissão oral de saberes como foco da investigação, as guardiãs anciãs e educadoras/pesquisadoras são as protagonistas na tessitura do fio ancestral dos saberes orgânicos em diálogo com a educação em seu sentido alargado. O trabalho desenvolvido até aqui, e com a pretensão de um maior aprofundamento posterior, nos revela a importância de colaborar com a produção acadêmica pluri epistemológica, privilegiando os saberes tradicionais, a tradição oral e as experiências escreviventes de mulheres negras e indígenas em suas práticas cotidianas. Através do contato com as entrevistadas e da pesquisa bibliográfica realizada para a escrita desta dissertação, pude verificar que é possível, embora não seja simples, estabelecer o diálogo entre a educação formal e os saberes herdados por nossos ancestrais, assim como é imprescindível reconhecer a importância de tais saberes em uma luta antirracista e de descolonização da educação dentro e fora da sala de aula. Ao falar das guardiãs anciãs em seus trabalhos comunitários e também das guardiãs professoras-pesquisadoras, deixo claro que foi preciso nomear para citar, mas ficou claro que as guardiãs anciãs são as professoras de todas nós, fonte de nossas memórias vivas, aprendizados e aposta na manutenção dos saberes através da oralidade e também da escrita escrevivente dessas narrativas. Esse é o ponto onde essas mulheres se encontram e eu me encontro com os seus saberes. Reverencio as que vieram antes. Salve as guardiãs anciãs, seguimos seus passos e aqui estamos ocupando espaços de produção de conhecimento. A universidade também é nossa. |