Uma tipologia das letras usadas na fase inicial da escolarização no Rio Grande do Sul: a cultura gráfica escolar a partir de cadernos de alunos (1937-2015)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silveira, Alessandra Amaral da
Orientador(a): Peres, Eliane Teresinha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14569
Resumo: O objetivo principal da pesquisa desta tese de doutoramento é fazer uma tipologia das letras usadas nas classes de alfabetização de diferentes escolas gaúchas ao longo de 78 anos, de 1937 a 2015. Para isso, foram consultados e analisados um total de 489 cadernos de alunos, desses 379 cadernos do primeiro ano de escolarização e 110 do segundo e terceiro anos com a implementação do ciclo de alfabetização, referentes aos anos de 2008 a 2015. Esses documentos estão salvaguardados no acervo do grupo de pesquisa História da Alfabetização, Leitura, Escrita, dos Livros Escolares – Hisales (Faculdade de Educação - FaE/UFPel). A partir do conceito de cultura gráfica, baseado em autores como Petrucci (1986), Hébrard (2000) e Chartier, R. (2002) procurou-se analisar os cadernos dos alunos com a intenção de mapear e discutir os tipos de letras presentes nos cadernos, identificando momentos de exclusividade e as concomitâncias de usos de tipos de letras em cada época. Com isso foi possível compreender a presença, a permanência, o enfraquecimento e/ou desaparecimento de um determinado tipo de letra, identificando as discussões pedagógicas e sociais vigentes e sujeitos e instituições que influenciaram na defesa e/ou contribuíram no desuso e desaparecimento de determinados tipos de letras na escola. Sendo assim, os dados da pesquisa são ancorados nas discussões dos modelos caligráficos, das orientações do Centro de Pesquisa Orientação Educacional/CPOE e da Revista do Ensino/RS, nas ideias da chamada “revolução conceitual da alfabetização” e nas orientações das políticas públicas para a alfabetização na última década no Brasil. Os resultados da investigação demonstram que no decorrer do período pesquisado três tipos de letras têm significativa presença nos cadernos dos alunos. Primeiro, a cursiva esteve presente em toda a periodização da pesquisa, qual seja, de 1937 a 2015, em muitos desses anos de forma exclusiva; porém, a partir de um determinado momento começou a dividir espaços com outras letras e, por fim, diminuindo significativamente nos cadernos de alunos do primeiro ano de escolarização. Em segundo, identificou-se a letra imprensa minúscula que, por um período, foi denominada de letra script. Esse tipo de letra teve seu ápice de uso, no conjunto de cadernos, entre os anos de 1960 e 1970. Depois disso, desaparece dos registros e retorna e mantém-se no período de 1990 a 2015; no entanto quando reaparece nos cadernos é usada em concomitância com outros tipos de letras. Por fim, o terceiro tipo de letra identificada foi à imprensa maiúscula, que começa a aparecer nos cadernos dos alunos em 1990, mas ganha força efetivamente após os anos 2005. A partir disso, estabeleceu-se uma tipologia de letras usadas na fase inicial da escolarização no período de abrangência da pesquisa, qual seja, 1ª tipologia: letra cursiva; 2ª tipologia: letra imprensa minúscula ou script; 3ª tipologia: letra imprensa maiúscula.