Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ulrich, Josiane Abrunhosa da Silva |
Orientador(a): |
Rosa, Rogério Reus Gonçalves da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8827
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Resumo: |
A tese que ora se apresenta é uma etnografia que aborda o tema do xamanismo feminino Yawanawa, cuja pesquisa foi realizada a partir da composição da análise da literatura antropológica, do material disponibilizado na mídia pertinente ao tema, especialmente de entrevistas e vídeos, das vivências da autora no centro Mawa Yuxyn (Montanha dos espíritos) na Terra Indígena Rio Gregório no Acre, no município de Tarauacá, aliada às participações em cerimônias xamânicas realizadas em cidades do Estado do Rio Grande do Sul. Os Yawanawa se autorreconhecem como “povo Yawanawa” e pertencem à família linguística Pano. O objetivo fundamental da investigação etnográfica foi refletir sobre a ascendência do xamanismo feminino e os seus significados, visto que no xamanismo Yawanawa preponderava o exercício masculino. O envolvimento das mulheres com as práticas xamânicas nas aldeias e nas cerimônias realizadas em centros urbanos é relativamente recente, pois não completou ainda duas décadas. Portanto, a proposta de pesquisa problematizou as possíveis particularidades deste xamanismo. Abordam-se, na sequência, alguns aspectos da cosmologia Yawanawa com ênfase nas transformações que aconteceram desde que as mulheres passaram a realizar a dieta do muká e a participar das cerimônias xamânicas com o consumo de uni (ayahuasca). Pode-se inferir que a participação das mulheres no xamanismo Yawanawa, especialmente em relação à sua visibilidade, foi crescendo, concomitantemente, ao período denominado de revitalização cultural Yawanawa, o que coincide com a intensificação das alianças realizadas entre os Yawanawa e os nawas (de uma forma geral, em uma relação de alteridade, nawa significa homens brancos), ampliando consequentemente a inserção das xamãs em cerimônias nos centros urbanos de cidades transnacionais. Ao que tudo indica, a entrada das mulheres no xamanismo Yawanawa tem provocado transformações nos processos de iniciação e de aprendizagem do xamanismo, constituindo-se em um processo de busca de autonomia financeira e de legitimidade feminina em um espaço até então predominantemente masculino, que ditava as regras sobre as escolhas do gerenciamento da vida. Muitas destas mudanças são expressas nas cerimônias, nos cantos, na estética e na corporeidade, em que a reativação dos kene Yawanawa é um exemplo. |