Evolução temporal na demanda de planejamento familiar satisfeita por métodos contraceptivos modernos em países de baixa e média renda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Hellwig, Franciele
Orientador(a): Barros, Aluísio Jardim Dornellas de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5995
Resumo: O acesso universal a saúde sexual e reprodutiva é objetivado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) 3 e 5. O planejamento familiar proporciona inúmeros benefícios para mulheres, famílias e comunidades, empoderando mulheres e permitindo casais a determinar o número de filhos e momento oportuno de engravidar, fornece a países a oportunidade de atingir metas populacionais e de obter benefícios do dividendo demográfico. Nós utilizamos dados de inquéritos DHS (Demographic and Health Surveys) e MICS (Multiple Indicator Cluster Surveys) para monitorar a evolução na demanda por planejamento familiar satisfeita por métodos contraceptivos modernos (DPFSm) e desigualdades associadas entre 1993 e 2016 em 69 países de baixa e média renda. Mudanças anuais médias em DPFSm e em desigualdades socioeconômicas em DPFSm foram estimadas para mulheres casadas ou em união entre 15 e 49 anos para cada país e região do mundo. Análises estratificadas de acordo com quintis de riqueza, área de residência e idade da mulher foram realizadas a nível global. Considerando as metas dos ODSs, o nível esperado de cobertura em cada país em 2030 foi projetado assumindo-se um modelo linear. A maior parte das regiões apresentaram aumento na DPFSm e redução nas desigualdades, no entanto, a evolução foi bastante heterogênea. O aumento mais rápido foi observado nas regiões leste e sul da África, onde a DPFSm aumentou em média 1,7 pontos percentuais (p.p.) por ano, enquanto que, na África Ocidental e Central, onde a cobertura ainda é inferior a 40%, o aumento foi em média de 0,8 p.p. por ano e praticamente nenhuma mudança foi observada quanto a redução de desigualdades em DPFSm. O país que apresentou aumento mais rápido na DPFSm foi Ruanda (aumento anual médio de 5 p.p.) e Lesoto foi o país com mais rápida redução em desigualdades em DPFSm (em média 3.4 p.p. por ano). Desigualdades quanto à área de residência também diminuíram, mas grandes diferenças permanecem. A evolução entre adolescentes foi mais lenta do que entre os demais grupos de idade, aumentando as desigualdades ao longo do tempo. 42 países não atingirão cobertura universal de DPFSm até 2030 se a tendência atual não for acelerada. Nossos resultados indicam que países onde as políticas e programas foram propriamente delineados e implementados lograram importante progresso ao longo do tempo. Esforços para aumentar cobertura e reduzir desigualdades em DPFSm devem ser priorizados em países onde o progresso foi lento ou inexistente.