Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Laísa Rodrigues |
Orientador(a): |
Silveira, Mariângela Freitas da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9249
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Resumo: |
O não uso de métodos contraceptivos por mulheres em necessidade de contracepção pode impactar a vida das mullheres e de suas famílias. Gravidezes não planejadas e curtos intervalos de tempo entre as gestações podem resultar do não uso de contracepção, afetando a saúde sexual e reprodutiva. Gravidez não planejada, por exemplo, está associada a um mais baixo número de consultas prénatais e a uma menor frequência de consultas, além de custos pessoais, sociais e para o sistema de saúde. Contudo, diversos são os motivos que podem levar as mulheres a terem relações sexuais sem o uso de métodos contraceptivos, podendo desigualdades estarem presentes. Diante disso, esta tese teve como objetivos: 1) descrever motivos para o não uso de métodos contraceptivos entre mulheres com demanda insatisfeita por contracepção em países de baixa e média renda; 2) investigar tendências temporais em gravidez não planejada e desigualdades relacionadas à renda familiar e cor da pele da mulher, em Pelotas; 3) verificar a associação entre gravidez não planejada e uso de métodos contraceptivos modernos após o parto na Coorte de Nascimentos de 2015, Pelotas, Brasil. Para contemplar o primeiro objetivo foi conduzido estudo com dados de mulheres sexualmente ativas com demanda insatisfeita por contracepção, participantes de inquéritos DHS (Demographic and Health Survey) de 47 países de baixa e média renda (artigo original 1). Esta pesquisa identificou que em média 40,9% das mulheres em necessidade de contracepção não estavam utilizando métodos contraceptivos. “Preocupações com a saúde” e “sexo pouco frequente” foram os motivos para o não uso de métodos contraceptivos mais citados, com ampla variação entre os países e desigualdades. A fim de identificar tendências e desigualdades em gravidez não planejada foram investigados dados de mães de participantes das Coortes de Nascimentos de Pelotas, de 1993, de 2004 e de 2015 (artigo original 2). Os resultados sugerem que houve uma diminuição na ocorrência de gravidez não planejada no decorrer do tempo (de 62,7% em 1993 para 52,2% em 2015). Mais altas prevalências de gravidez não planejada foram identificadas entre mulheres de cor da pele preta ou parda e de menor nível socioeconômico. Por último, estudo longitudinal com dados de mães participantes do estudo perinatal e dos acompanhamentos aos três, 12 e 24 meses da Coorte de Nascimentos de 2015 investigou a associação entre gravidez não planejada e uso de métodos contraceptivos modernos após o parto (artigo original 3). Nós encontramos associação negativa entre gravidez não planejada e uso de métodos contraceptivos modernos aos três e 24 meses após o parto, com redução de desigualdades relacionadas à renda familiar e escolaridade no decorrer do tempo. Os resultados desta tese sugerem que ações em planejamento familiar precisam levar em conta o contexto em que as mulheres estão inseridas, indicadores sociodemográficos e reprodutivos, bem como as decisões das mulheres e de suas famílias, a fim de que possam ter um desenvolvimento humano saudável independente da intenção de engravidar. |