Efeito antinociceptivo e anti-inflamatório de 4-fenilselenil-7-cloroquinolina em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rocha, Márcia Juciele da
Orientador(a): Wilhelm, Ethel Antunes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Dor
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10557
Resumo: O desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de condições clínicas dolorosas e inflamatórias continua a ser de grande interesse, visto que, a dor é uma das condições mais prevalentes, dispendiosas e incapacitantes na atualidade. Diversos estudos têm demonstrado que compostos quinolínicos e compostos orgânicos de selênio apresentam ações antinociceptivas e anti-inflamatórias em modelos animais. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a ação antinociceptiva e anti-inflamatória do composto 4-fenilselenil-7-cloroquinolina (4- PSQ), uma quinolina contendo selênio, em camundongos Swiss machos adultos. O potencial antinociceptivo do composto foi avaliado nos testes de contorções abdominais induzidas por ácido acético, placa quente e formalina. A curva de tempo- resposta do 4-PSQ foi avaliada no teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético. A atividade anti-endematogênica foi avaliada no edema de pata induzido por formalina, bem como, no edema de orelha induzido por óleo de cróton. Paralelamente, determinou-se a atividade da enzima mieloperoxidase (MPO) e parâmetros de estresse oxidativo na orelha de camundongos expostos ao óleo de cróton. Avaliou-se a toxicidade aguda e as atividades exploratórias e locomotoras dos animais expostos ao 4-PSQ. O 4-PSQ (0,1 – 25 mg/kg), o meloxicam (25 mg/kg, droga de referência) ou o veículo foram administrados por via oral (p.o.) 30 minutos antes da realização dos testes de ácido acético, formalina, chapa quente e campo aberto. O 4-PSQ reduziu o número de contorções abominais induzidas por ácido acético, bem como causou um aumento do tempo de latência no teste da chapa quente. Além disso, a administração do 4-PSQ inibiu ambas as fases neurogênica e inflamatória, e reduziu o edema de pata induzido pela formalina. As atividades locomotoras e exploratórias não foram alteradas no teste do campo aberto pelo tratamento. Na curva tempo-resposta, o 4-PSQ (25 m/kg; p.o) inibiu as contorções abdominais induzidas por ácido acético a partir de 30 minutos após sua administração perdurando seu efeito em até 4 horas. Uma vez que os processos nociceptivos e inflamatórios estão correlacionados, e a inflamação desencadeia a produção de espécies reativas, as propriedades anti-inflamatória e antioxidante do 4- PSQ foram investigadas. Assim, foi observado que o 4-PSQ reduziu a formação de edema, diminuiu a atividade da MPO e atenuou os níveis de espécies reativas induzidas pelo óleo de cróton na orelha dos camundongos. O composto também protegeu parcialmente contra a redução dos níveis de 2,2'-azinobis-3- etilbenzotiazolina 6-sulfônico (ABTS) e 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) induzidos pelo óleo de cróton. O 4-PSQ apresentou efeitos semelhantes ao meloxicam nos testes avaliados. Além disso, a administração do composto nos camundongos não causou toxicidade aguda hepática e renal. A partir dos resultados obtidos, pode-se sugerir que o 4-PSQ exerce ação antinociceptiva e anti-inflamatória aguda em camundongos. Dessa forma, o 4-PSQ pode representar uma alternativa promissora no desenvolvimento de futuras estratégias terapêuticas para a dor e a inflamação.