A História e os Desafios das Mulheres Cientistas da Química e a Proposição de Atividades de Formação e de Ensino

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Bento , Andressa Soares
• Orientador(a): Sangiogo, Fábio André
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Química
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Mulheres na Química; Formação docente; História da Ciência; Women in Chemistry; Teacher training; History of Science
• Área do conhecimento CNPq: CIENCIAS EXATAS E DA TERRA
• Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/13818

Esta dissertação apresenta uma pesquisa que discute as relações entre diversidade de gênero e a Química e tem como base a abordagem metodológica o estudo de caso múltiplo, ao analisar dois grupos diferentes. Portanto, são apresentados dois objetivos gerais: Analisar a perspectiva e desafios de mulheres na área da Química em contextos contemporâneos, por meio de um estudo de caso com as mulheres atuantes no Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Pelotas (UFPel); e analisar atividades de ensino que possuem como tema a discussão da diversidade de gênero e mulheres na Ciência, e a importância do tema para a formação docente para a diversidade, no componente curricular de História e Filosofia no Ensino de Ciências do curso de Licenciatura em Química na UFPel. A metodologia de análise de dados contou com o apoio da Análise textual discursiva, que permitiu o desenvolvimento de quatro categorias do primeiro caso: Adotei uma postura para sobreviver ao meio masculino; Bom, se essas mulheres conseguiram, eu consigo!; Às vezes eu não me sinto boa nem como mãe, nem como pesquisadora; e A gente só muda cultura com ensino e educação. Enquanto o segundo caso possui duas categorias emergentes: Formação docente para a diversidade: propostas e discussões; e Conhecimentos de docentes em formação sobre diversidade de gênero na Ciência. Como resultado do primeiro caso, identificamos que o meio acadêmico ainda é hostil às mulheres e permeado por conflitos; que a representatividade embora importante não é subsídio suficiente para uma posição de igualdade, mesmo entre mulheres, pois a competitividade feminina é muito presente; e que a maternidade possui impactos na carreira, assim como a carreira impacta na decisão de ter ou não filhos. Os resultados também permitem discutir pontos que envolvem o assédio moral e/ou sexual no ambiente acadêmico, presente na trajetória da maioria das pesquisadoras, o que reflete em suas considerações sobre a necessidade de formar profissionais atentos às questões de gênero e diversidade. Enquanto no segundo caso, os resultados são positivos, principalmente do potencial mobilizador das questões de gênero na formação docente, fornecendo subsídios para o desenvolvimento dessa discussão no ensino básico; assim como existe um déficit no conhecimento de cientistas mulheres na História da Ciência que pode estar relacionada com a maneira da representação – e representatividade – dessas cientistas, como nos livros didáticos e na Universidade. Por fim, é possível identificar semelhanças entre esses dois grupos que identificam problemáticas da mulher na Ciência, da qual a Química faz parte, o que assinala a importância de mais e de novos estudos e atividades de ensino envolvendo as questões de gênero e diversidade.