Uma história de mulheres de classes populares no mundo do trabalho e sua relação com o Benefício de Prestação Continuada, da Política de Assistência Social, em Pelotas RS (2010-2014).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Mello, Roberta Borges
Orientador(a): Gill, Lorena Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Departamento: Instituto de Filosofia, Sociologia e Politica
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5150
Resumo: O estudo da trajetória de mulheres de classes populares no mundo do trabalho que demandaram o Benefício de Prestação Continuada em Pelotas é o tema desta dissertação, levando em conta os aspectos históricos e culturais que determinam as relações da mulher na sociedade. Utilizou-se como recurso metodológico a História Oral temática, a partir da entrevista com quatro mulheres, abordando temas como trabalho, família e Política de Assistência Social, bem como foi feita uma revisão documental na legislação social. A história das mulheres foi referência no estudo com a intenção de dar visibilidade a quem costuma ser anônimo. As categorias classes populares e família foram utilizadas para entender o modo de vida dessas mulheres, o qual extrapola a carência material e que é constituído historicamente e culturalmente. A intenção foi a de compreender os diversos arranjos familiares, os papeis e as hierarquias dentro destes grupos. As ações da Política de Assistência Social, tendo como base preferencial o núcleo familiar, têm reflexos sobre a vida da mulher que possui o papel histórico de cuidadora. A inserção dessas mulheres no mercado de trabalho se deu entre os 13 e 18 anos de idade, em decorrência de situações de vulnerabilidade social de suas famílias, em atividades ligadas ao cuidado, majoritariamente informais e com baixa remuneração. O trabalho é concebido como local de sociabilidade, de transposição da esfera privada para pública, mas também é percebido como motivo de adoecimento para maioria das narradoras. A restrição de direitos sociais anunciada desde década de 1990 atinge principalmente as mulheres, que possuem esse histórico de desproteção. Atualmente, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), tem sido alternativa de muitas mulheres que não possuem acesso à Política de Previdência Social, no entanto não é entendido como um direito social, devido a dificuldade para seu acesso.