Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Machado, Priscila Costa |
Orientador(a): |
Blank, Cintia Avila |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Centro de Letras e Comunicação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4484
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Resumo: |
O presente trabalho visa analisar o papel da fronteira na aquisição de espanhol como segunda língua por estudantes brasileiros de dois cursos de Licenciatura em Letras - Português/Espanhol de universidades federais do Rio Grande do Sul, sendo uma localizada na fronteira com o Uruguai e outra a mais de 140 km de distância. Oito estudantes, quatro de cada universidade, participaram deste estudo, sendo identificados como GRUPO 1 os estudantes que residem próximo a fronteira, e GRUPO 2, os que vivem afastado dela. Um grupo-controle de dez informantes monolíngues da língua espanhola, extraídos do estudo de Blank (2013) foi utilizado para realizar as comparações. O primeiro objetivo desta dissertação era comparar a produção das vogais da língua espanhola produzidas por brasileiros como segunda língua, que residem na fronteira, com a produção vocálica de nativos do espanhol uruguaio. A hipótese a ser testada propunha que esses brasileiros apresentariam uma produção vocálica em espanhol mais aproximada dos falantes nativos. O segundo objetivo pretendia comparar as produções das vogais produzidas por brasileiros como segunda língua, residentes longe da zona fronteiriça, com a produção vocálica de nativos do espanhol uruguaio. Neste caso, a hipótese lançada considerava que esses falantes teriam uma produção vocálica mais distante em L2 daquela do falante nativo de língua espanhola. O último objetivo era comparar a produção das vogais entre brasileiros (GRUPO 1 x GRUPO 2), residentes da zona fronteiriça e afastados dela. Aqui a hipótese formulada previa que os atratores da língua materna tendem a influenciar mais na produção vocálica do GRUPO 2, visto que o GRUPO 1 possui um maior contato com a língua alvo. O teste realizado com os participantes contemplavam palavras dissílabas de alta frequência, retiradas do Corpus del Español. Cada palavra era repetida cinco vezes, de forma aleatória, inseridas em frases-veículo. Os programas utilizados nessas etapas foram o Audacity, para a gravação, e o Praat, para a marcação das vogais e extração dos valores de F1, F2 e duração. Para analisar estatisticamente os dados foi utilizado o software SPSS, no qual foi realizado o teste Shapiro-Wilk para verificar a normalidade dos dados. Uma vez que o teste de normalidade resultou em dados não-normais optou-se por realizar o teste de Mann-Whitney para verificar os níveis de significância. A análise dos dados indicou que os valores obtidos nos testes que contemplavam os dois primeiros objetivos resultaram em diferenças significativas entre as produções vocálicas dos brasileiros (GRUPO 1 e GRUPO 2) em relação a produção dos nativos uruguaios. Esses resultados podem se justificar através da Teoria dos Sistemas Dinâmicos, destacando a atuação do sistema atrator da língua materna. O terceiro teste realizado para confrontar a produção vocálica na língua espanhola por brasileiros não apontou diferenças estatisticamente significativas. Nesse caso, é possível afirmar que a exposição maior a língua-alvo não contribuiu para que o GRUPO 1 se distinguisse do GRUPO 2, indicando que o fator fronteiriço não é um componente significativo e primordial para a aprendizagem da pronúncia das vogais. Assim, a aquisição de uma segunda língua para os dois grupos analisados possuem as mesmas possibilidades de aprendizagem, nas quais fatores como motivação, tempo de estudo, aculturação, etc., também podem influenciar. |