Dimensão espaço-temporal do crime patrimonial de roubo a pedestre no contexto da criminalidade em Pelotas/RS de 2016 a 2019.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Aires, Cintia Helenice Löper
Orientador(a): Collischonn, Erika
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7868
Resumo: Os dados crescentes de insegurança e de criminalidade incidem diretamente na qualidade de vida, na produção e transformação dos espaços urbanos, influenciando, desta forma, novas formas de apropriação e sociabilidade. Por isso, espaço, paisagem e percepção foram considerados conceitos fundamentais neste estudo, assim como, a Segurança Pública que, no Brasil, passou por um processo de transformação e evolução de seus paradigmas nas últimas décadas, até a chegada da concepção de Segurança Pública Cidadã que trás consigo o protagonismo dos municípios e a segurança pública baseada em evidências científicas, que se consubstancia em fontes teóricas que explicam os fenômenos da criminalidade. Uma contextualização de Pelotas na rede urbana e quanto aos índices de criminalidade também é realizada para, posteriormente, rumar para o objetivo da pesquisa que é a realização de uma análise espaço temporal dos crimes de roubos a pedestres em Pelotas, avaliando fatores que podem influenciar ou facilitar seu cometimento. Os procedimentos metodológicos envolveram: coleta de dados secundários e primários; organização de dados em Sistema de Informação Geográfica (SIG) para as análises espaciais e em planilha eletrônica para outras análises quantitativas; estudos anteriormente realizados também contribuiram qualitativamente. A análise desenvolveu-se em três escalas: escala municipal com foco na sede, escala intraurbana com foco no centro, escala da Praça Coronel Pedro Osório e entorno. Os resultados apontam que, de 2016 a 2019, os padrões temporais de roubos a pedestres em Pelotas foram heterogêneos e o comportamento espacial foi relativamente homogêneo quando relacionado ao Centro. A análise dos segmentos de ruas com maior incidência de casos registrados, juntamente com a aplicação do questionário sobre a percepção de segurança, somados aos mapas comportamentais, apontam para uma consistência das teorias criminais na explicação de parte dos delitos registrados em Pelotas (RS). Nesse aspecto, constatou-se que segurança envolve a percepção, ou seja, nem sempre é preciso haver muitos casos de crimes para que as pessoas se sintam inseguras. Já o esvaziamento de determinados locais ou ruas, não evita que crimes aconteçam e muito menos diminui a sensação de insegurança. Na análise dos segmentos de ruas a paisagem retratada apresenta-se em desacordo com as teorias de espaços seguros, pois não há diversificação de atividades, predominando o uso por estabelecimentos comerciais, em ruas estreitas, com grandes paredes extensas, muros e paradas de transporte público. Alguns desses elementos propiciam lugares de esconderijo para o cometimento de um delito, assim como, não proporcionam relações de pertencimento e cuidado, são locais de uso transitório seja para deslocamento ao trabalho, a estabelecimentos de ensino ou a outros serviços. Por fim, a iluminação precária tanto nas vias analisadas quanto na principal praça da cidade, a Praça Coronel Pedro Osório, corroboram para a ocorrência do crime. Constatou-se que teorias criminais relacionadas ao espaço, amplamente testadas em outras circunstâncias, explicam de algum modo a distribuição do crime na área estudada.