Avaliação da aprendizagem e a inclusão escolar de alunos com transtorno do espectro autista (TEA): as percepções, a prática pedagógica e as barreiras encontradas pelos professores de Ciências.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bregue, Sthéfani Borges
Orientador(a): Carlan, Francele de Abreu
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9269
Resumo: Os professores da educação básica encontram inúmeros desafios ao longo de sua carreira profissional, dentre eles, realizar a avaliação da aprendizagem de seus alunos. Ainda mais, quando se trata de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Dessa forma, pensando na inclusão dos alunos com TEA em aulas de Ciências, que, por vezes, apresentam conceitos complexos que exigem muita abstração para sua compreensão e na forma como os professores de Ciências costumam avaliar seus alunos é que esse trabalho se debruçou sobre a avaliação da aprendizagem. O objetivo desta pesquisa consistiu em compreender como os professores de Ciências da rede pública do município de Pelotas/RS vem realizando a avaliação da aprendizagem dos alunos com TEA. Esta pesquisa presenta uma abordagem qualitativa e os sujeitos pesquisados foram 07 professores de Ciências do ensino fundamental de escolas municipais. Como instrumento de coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas no período de setembro de 2020 a agosto de 2021 e que foram analisadas através de Análise de Conteúdo. Após a análise dos dados emergiram três categorias: i) Formação Inicial e Continuada; ii) A visão do professor de Ciências sobre a avaliação da aprendizagem dos alunos com TEA e iii) O papel do professor auxiliar e do professor do Atendimento Educacional Especializado (AEE) na escola. Como resultados, percebeu-se que há fortes indícios de que as lacunas deixadas durante a formação inicial dos professores pesquisados, quanto à preparação para trabalhar com a inclusão e a diversidade, têm trazido reflexos significativos para o desenvolvimento de uma prática inclusiva entre os docentes. Por conta disso, alguns professores destacaram a necessidade de busca por formações que supram suas dificuldades para a realização de avaliações que contemplem a diversidade dos alunos presentes em sala de aula. Dentre as barreiras para o planejamento e realização de avaliações de Ciências para os alunos com TEA, os docentes destacaram inúmeros motivos, dentre eles: i) formação qualificada de professores para trabalhar com inclusão (tanto dos futuros docentes, quanto dos que estão em exercício); ii) dificuldade de planejamento das avaliações, considerando as características e especificidades dos alunos com TEA; iii) falta de tempo / sobrecarga de trabalho; iv) falta de parceria entre os professores de sala de aula, o profissional do AEE e o professor auxiliar e v) dificuldade de ensinar conceitos abstratos de Ciências.Tais aspectos indicaram existir barreiras metodológicas. Ainda, a pesquisadora também identificou a presença de barreiras atitudinais e instrumentais que pareceram ser muito presentes entre os professores entrevistados. Logo, para a eliminação de barreiras, entre elas a barreira atitudinal, é preciso um investimento permanente em formação para os professores em exercício, assim como a inserção dos temas sobre inclusão e diversidade no currículo obrigatório dos cursos de Licenciatura. Pensando nisso, o produto desta dissertação consistiu na elaboração de um curso de formação, com o intuito de discutir temáticas como inclusão escolar, avaliação da aprendizagem e as características e especificidades do TEA.