Estresse em Agentes Comunitárias de Saúde do extremo sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lapischies, Sonia Regina da Costa
Orientador(a): Jardim, Vanda Maria da Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/12942
Resumo: O objetivo do estudo foi investigar o estresse e examinar sua associação com fatores individuais e relacionados ao trabalho de Agente Comunitária de Saúde nos municípios da 21ª Região de Saúde do Rio Grande do Sul. Para tal foi desenvolvida uma pesquisa com abordagem epidemiológica e desenho transversal, entre março de 2016 e abril de 2017, com questionário auto aplicado para 599 Agentes Comunitárias de Saúde de 21 municípios do Rio Grande do Sul - Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Arroio Grande, Canguçu, Cerrito, Chuí, Cristal, Herval, Jaguarão, Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Santana da Boa Vista, São José do Norte, São Lourenço do Sul e Turuçu. O volume é composto por três partes: Projeto de pesquisa, qualificado em 21 de junho de 2018; Relatório de pesquisa; e Dois artigos. O primeiro artigo, “Estresse e Fatores associados em Agentes Comunitárias de Saúde de municípios do extremo sul do Brasil”, identifica a prevalência de estresse entre as trabalhadoras com o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de LIPP e avalia suas associações com características individuais e do contexto do trabalho de ACS com análise hierarquizada em três níveis com regressão de Poisson e ajuste robusto da variância. Foi identificada a prevalência de estresse de 48,5% (IC 95% 44,5-52,5), e na análise multivariada o estresse foi significativamente maior entre as ACS do sexo feminino, que fazem uso frequente de medicamento, que não participaram de capacitação introdutória, que sofrem violência no contexto do trabalho, com problemas com o conteúdo do trabalho, sem boa relação interpessoal no trabalho, sem feedback no trabalho e com sobrecarga de trabalho. O segundo artigo “Dimensões de Estresse no trabalho de Agente Comunitária de Saúde de 21 municípios do extremo sul do Brasil”, avaliou o estresse a partir da percepção do estresse vivenciado no trabalho e suas possíveis dimensões, e analisa a associação do estresse identificado com características individuais das trabalhadoras e de seu trabalho. O estresse foi mensurado com os instrumentos Nível Global de Stress e Questionário de Stress nos Profissionais de Saúde, adaptados para o trabalho de Agente Comunitária de Saúde; as médias de estresse identificadas foram comparadas utilizando o t-Teste, ANOVA e teste Kruskal-Wallis, quando necessário. De acordo com a análise do Estresse Global, para 39% das Agentes Comunitárias de Saúde seu trabalho era altamente estressante e para 40% moderadamente estressante. Apresentaram-se superiores ao estresse global o estresse em lidar com usuários; e com carreira e remuneração, e inferiores, o estresse com excesso de trabalho, com relações profissionais, com ações de educação em saúde, e com problemas familiares. O estresse global e suas dimensões apresentaram menor associação com as características individuais da trabalhadora do que com o seu trabalho. Os achados apontam para a necessidade de redesenhar o processo de trabalho das equipes de ESF, com foco nos fatores de risco psicossociais, redução da carga de trabalho e prevenção do estresse.