Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Denise Maria Quatrin |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.furg.br/handle/1/9920
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Resumo: |
No presente estudo adotou-se o referencial de organização do trabalho e de cargas de trabalho, segundo a Psicodinâmica do Trabalho, tendo como objetos de estudo a organização e as cargas de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). O objetivo geral foi estabelecer ações de enfermagem, relacionadas à organização do trabalho e às cargas de trabalho para promover a saúde do trabalhador. É uma pesquisa qualitativa com abordagem Convergente-Assistencial. O cenário foi composto por Unidades Básicas de Saúde, que atuam no modelo assistencial da Estratégia de Saúde da Família (ESF), localizadas em um município do interior do Rio Grande do Sul, Brasil. Os participantes foram ACS vinculados a três equipes da Secretaria Municipal da Saúde, em um total de quatorze participantes. Os dados foram produzidos por meio da técnica de entrevista semi fechada, questionário, grupo focal e grupo de convergência. A pesquisa seguiu o percurso proposto pelo referencial da Pesquisa Convergente-Assistencial, cujo método foi aplicado através das fases: Concepção, Instrumentação, Teorização, Transferência, Análise e Interpretação. Os resultados apontam que o processo e formação para o trabalho dos ACS realizam-se no interior do serviço através da participação no curso introdutório e educação permanente. Percebeu-se a necessidade de um planejamento institucionalizado para a realização do curso introdutório, bem como de um processo educativo que envolva o desenvolvimento de competências para as ações de prevenção de doenças e promoção da saúde, consideradas essenciais no trabalho do ACS. Destaca-se a necessidade da corresponsabilidade da equipe no processo formativo do ACS, especialmente do enfermeiro, que pode perceber as eventuais falhas na formação, atuando no sentido de ajudar esse profissional na lida das adversidades do cotidiano laboral, minimizando os efeitos do trabalho na sua saúde. A investigação sobre a organização do trabalho apontou a existência de diferenças entre o trabalho prescrito e o real, bem como a influência que exercem na saúde dos ACS, provocando sobrecargas e sofrimento no trabalho. Neste sentido, pode-se evidenciar que as orientações fornecidas pela instituição para a realização do trabalho não podem ser concretizadas, devido a falhas na organização, especialmente no que tange ao planejamento da área de atuação do ACS e na provisão de meios e condições para o desenvolvimento do trabalho. Demostrou-se também que o sofrimento no trabalho do ACS relaciona-se à dificuldade de estabelecimento de vínculos com a equipe e comunitários; convivência com ambientes insalubres, falta de materiais para a proteção da saúde; bem como a necessidade de adaptar-se continuamente às solicitações da equipe de saúde, a despeito do desenvolvimento de seu trabalho, envolvendo-se em conflitos constantes. Sobre as cargas de trabalho, evidenciou-se que a incorporação da multi funcionalidade na prática profissional aliada às deficiências na organização do trabalho vem ocasionando sobrecargas no trabalho, dificultado a realização do trabalho e potencializando as cargas de trabalho no ambiente laboral. Observou-se que os ACS estão expostos a cargas físicas (contexto sócio ambiental da comunidade; ambiente físico da UBS, contato com diversas doenças). As cargas cognitivas estão tangenciadas à sobrecarga da memória ocasionada pelo excesso de conhecimentos necessários para o exercício da função, agravada pela insuficiência de educação continuada. As cargas psíquicas relacionam-se ao imperativo de readaptar-se continuamente a novos profissionais da equipe, à falta de resolutividade do sistema de saúde, ao desenvolvimento de relações interpessoais insatisfatórias, à convivência com a violência e agressões. Este estudo permitiu tanto evidenciar a interferência das interconexões organização/cargas de trabalho na saúde dos ACS, bem como apresentar os resultados da assistência de enfermagem a este segmento.A convergência com a prática realizou-se por meio de ações de educação em saúde, que através da problematização, promoveu uma reflexão crítica do processo de trabalho dos ACS, evidenciando a elaboração coletiva de estratégias para minimizar os efeitos da organização do trabalho sobre si, com efeitos positivos na sua saúde. |