Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Germann, Thales Henrique |
Orientador(a): |
Echeverry, Sebastian Felipe Sendoya |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14557
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Resumo: |
As interações mutualísticas das formigas são facilmente observáveis, manuseáveis e se sustentam ao longo do tempo, podendo ser consideradas um sistema modelo para compreender a associação e a defesa das plantas. Uma das formas de defesa antiherbivoria utilizada pelas plantas é a defesa biótica, que consiste na remoção de herbívoros por predadores, protegendo indiretamente a planta. O principal grupo envolvido nesta defesa são as formigas, que além de proteger as plantas contra seus inimigos naturais e diminuir a herbivoria, recebem recompensas alimentares. Esse papel de proteção desempenhado pelas formigas está presente em diversas espécies vegetais, com plantas que possuem estruturas especializadas, algum mecanismo atrativo ou até mesmo que abriguem hemípteros. A interação que ocorre entre hemípteros sugadores e formigas é chamada trofobiose. Os trofobiontes excretam para as formigas atendentes um alimento líquido rico em açúcares. Outra característica importante da biologia das formigas é a construção de formigueiros, sendo uma atividade fundamental para diversos serviços ecossistêmicos. O objetivo desse estudo foi avaliar a atuação de Camponotus termitarius na remoção de herbívoros em plantas de Eryngium pandanifolium (gravatá-do-banhado) nas proximidades dos ninhos. Avaliamos também o papel relativo que a presença de trofobiontes tem nesta remoção. O estudo foi realizado em uma região campestre localizada no Campus Capão do Leão da Universidade Federal de Pelotas, no município Capão do Leão. Para avaliarmos a defesa biótica perante a presença de potenciais herbívoros nas plantas próximas a ninhos e a influência dos trofobiontes, foram utilizados cupins para simular a herbivoria. A defesa biótica fornecida pelas formigas foi avaliada através dos comportamentos observados nas interações com os cupins em vários tipos de variáveis respostas, como: (i) quantidade de formigas na planta; (ii) quantidade de toques das formigas aos cupins; (iii) tempo transcorrido até o primeiro toque; (iv) quantidade de ataque aos cupins; (v) tempo transcorrido até o primeiro ataque; (vi) quantidade de remoções dos cupins e (vii) tempo transcorrido até a remoção. De um total de 360 cupins utilizados, registramos 259 interações, divididas entre 53 toques, 128 ataques e 78 remoções, envolvendo 214 formigas da espécie C. termitarius. Dentre as 60 plantas do experimento, 14 tiveram presença/interação de C. rufipes, portanto foram excluídos do N de alguns experimentos, restando então 46 com interação de C. termitarius, destas, 23 estavam próximas de ninhos e 23 distantes de ninhos. Os resultados são consistentes com a hipótese de que plantas próximas aos ninhos recebem uma maior proteção da formiga C. termitarius contra herbivoria. Dentre as plantas próximas, a distância em que o ninho se encontra é irrelevante para a defesa biótica. O efeito da presença de trofobiontes neste cenário aumenta o patrulhamento e reconhecimento de possíveis ameaças à planta, porém não aumenta os ataques. |