Diversidade genética, resistência a sanitizantes, formação de biofilme e expressão de genes de adesão em Staphylococcus aureus provenientes de leite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Kroning, Isabela Schneid
Orientador(a): Silva, Wladimir Padilha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4530
Resumo: Staphylococcus aureus é o terceiro micro-organismo mais envolvido em doenças transmitidas por alimentos no Brasil. A sua capacidade de formar biofilme em diferentes superfícies da indústria de alimentos é um fator de risco para o consumidor, devido a possibilidade de contaminação dos produtos alimentícios. Os objetivos deste estudo foram verificar a diversidade genética, avaliar a capacidade de formação de biofilme e a expressão de genes de adesão em isolados de S. aureus provenientes de leite. Além disso, objetivou-se determinar o perfil de suscetibilidade a sanitizantes e detectar a presença de genes de resistência a sanitizantes. A técnica de spa typing foi utilizada para avaliar a diversidade genética. Para avaliação da capacidade de formação de biofilme foram utilizadas microplacas de poliestireno para selecionar diferentes perfis de formação de biofilme. Após foram selecionados nove isolados de diferentes perfis de formação de biofilme (três fracos formadores de biofilme, três moderados formadores de biofilme e três não formadores de biofilme) e estes foram avaliados quanto a sua capacidade de formar biofilme em aço inoxidável nas temperaturas de 7, 10 e 37 °C em caldo Triptona de Soja (TSB) e leite UHT. Foi utilizada a técnica de PCR quantitativa em Tempo Real (RT-qPCR) para avaliar a expressão dos genes de adesão (cna e ebpS). Para verificar a suscetibilidade aos sanitizantes cloreto de benzalcônio e clorexidina utilizou-se o método de microdiluição em caldo e PCR para detectar genes de resistência a sanitizantes. Dos 31 isolados de S. aureus avaliados, 18 (58%) produziram exopolissacarídeo. Pela avaliação em poliestireno, verificou-se que 14 isolados (45%) apresentaram capacidade de produzir biofilmes nessa superfície. Dos nove isolados selecionados com diferentes perfis de formação de biofilme verificou-se que todos produziram biofilme em aço inox em todas temperaturas e meios de cultivo testados, independente de seu perfil de formação de biofilme em poliestireno. Com relação à presença dos genes de adesão, os genes fnbA, fnbB, clfB, ebpS e cna, foram encontrados em 48%, 3%, 52%, 80% e 62% dos isolados, respectivamente. A RT-qPCR revelou variação nos níveis de expressão dos genes ebpS e cna, entretanto, apenas no isolado C2, na temperatura de 10 °C, houve expressão significativamente maior dos dois genes testados em relação as demais temperaturas de multiplicação. Os isolados apresentaram perfil de resistência ao cloreto de benzalcônio (90,3%) e a clorexidina (100%); além disso, os genes mepA, norA e norB foram os mais prevalentes, com frequências de 77,4%, 80,6% e 100%, respectivamente. O spa type t127 foi o mais prevalente entre os isolados, sendo que esse spa type apresenta uma relação genética com isolados de origem humana, podendo ser a fonte de transmissão de S. aureus para o leite. Os resultados obtidos no presente estudo ressaltam a importância do monitoramento de S. aureus no ambiente da indústria de alimentos, uma vez que este micro-organismo é capaz de formar biofilme em diferentes superfícies, temperaturas e meios de cultivo e apresenta resistência fenotípica e genotípica a sanitizantes.