Avaliação da toxicidade de efluentes da parboilização de arroz e do abate de suínos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Gerber, Michel David
Orientador(a): Corrêa, Érico Kunde
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8810
Resumo: A presente tese teve como objetivo avaliar a toxicidade dos efluentes gerados na indústria de parboilização do arroz e no matadouro de suínos com fabricação de embutidos, através da realização de bioensaios com três organismos–testes de níveis tróficos diferentes: peixes, sementes de vegetais e bactérias. Para a caracterização físico-química dos efluentes, foram avaliados os parâmetros: DBO – demanda bioquímica de oxigênio, DQO - demanda química de oxigênio, Sólidos Suspensos Totais, NTK- Nitrogênio Total Kjeldhal, Nitrogênio Amoniacal, Fósforo Total, Cloretos, Surfactantes, Sulfetos, Dureza, Alumínio, Manganês, Ferro, Zinco, Fenóis, Condutividade Elétrica, Salinidade, pH e temperatura. Para avaliação da toxicidade em peixes foi utilizada a qualidade espermática de zebrafish (Danio rerio), sendo analisados a taxa e o período de motilidade, a integridade e a viabilidade da membrana espermática, a funcionalidade da mitocôndria e a integridade do DNA. Para a determinação da fitotoxicidade foram utilizadas sementes de alface (Lactuca sativa) e pepino (Cucumis sativus), sendo avaliados o número de sementes germinadas, o comprimento das raízes e o índice de germinação. A avaliação da toxicidade em bactérias foi realizada utilizando respirômetro portátil e Escherichia coli como bioindicador. Os resultados da caracterização físico-química e dos bioensaios foram correlacionados estatisticamente, visando a identificação das prováveis causas da toxicidade. A maioria dos parâmetros físico-químicos avaliados atendeu aos padrões de emissão previstos na legislação ambiental, com exceção de NTK e fósforo no efluente do matadouro de suínos. As estações de tratamento de efluentes das duas agroindústrias também contribuíram para a redução da toxicidade, porém, ambos efluentes apresentam toxicidade aos parâmetros de qualidade espermática de zebrafish, indicando que o lançamento desses em recursos hídricos superficiais pode afetar a fertilização de peixes. Foi registrada fitotoxicidade para as sementes de pepino em todos os efluentes avaliados, mas, para as sementes de alface, foi registrada fitotoxicidade para os efluentes do matadouro e para o efluente bruto da parboilização do arroz, indicando que o uso agrícola desses efluentes poderia comprometer o cultivo de espécies vegetais. Não foi registrada toxicidade nos efluentes avaliados utilizando o bioindicador Escherichia coli. Considerando a forte correlação negativa encontrada foram considerados como potenciais causadores da toxicidade do efluente da parboilização de arroz (i) espermática: fósforo, sólidos suspensos, salinidade, ferro e DBO; (ii) fitotoxicidade: ferro e manganês. Em relação aos efluentes do matadouro de suínos, foram considerados potenciais causadores da toxicidade: (iii) qualidade espermática: cloretos, DBO, DQO, ferro, manganês, N-NH3, NTK, surfactantes, condutividade e salinidade; (iv) fitotoxicidade: NTK, surfactantes e zinco. Com a identificação desses contaminantes, as agroindústrias podem adequar suas estações de tratamento e, consequentemente, reduzir a toxicidade dos efluentes visando ao atendimento da legislação ambiental vigente.