Estudo retrospectivo da doença de Chagas e seus vetores na região sul do Rio Grande do Sul, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bianchi, Tanise Freitas
Orientador(a): Vilella, Marcos Marreiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14268
Resumo: A doença de Chagas (DCH) causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi é apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das doenças tropicais mais negligenciadas no mundo. O Rio Grande do Sul (RS) é uma região considerada endêmica para DCH e foi o estado brasileiro que apresentou o maior índice de soroprevalência humana para T. cruzi. Diante disso, nota-se a importância de avaliar a situação epidemiológica da DCH na região sul do RS, tanto em relação à caracterização dos vetores (principais espécies capturadas, índice de infecção por T. cruzi, locais de invasão/infestação) como a prevalência da DCH entre os doadores de sangue e índice de mortalidade pela doença na região. A área em estudo compreende os municípios abrangidos pela 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e 7ª CRS. A pesquisa relacionada aos vetores da DCH foi baseada na análise de dados secundários disponibilizados pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul (CEVS-RS). Para avaliar a prevalência de anticorpos IgG anti T. cruzi entre os doadores de sangue na região sul, foi realizado um estudo no Hemocentro do município de Pelotas/RS, visto que este abrange os doadores tanto da 3ª CRS como da 7ª CRS. E quanto ao índice de mortalidade por DCH na região, o programa consultado foi o SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade) do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde). No período de 2008 a 2019, na 3ª CRS, um total de 1400 triatomíneos foram capturados, os municípios com maior número de capturas foram Canguçu (37,7%), Piratini (22,4%) e Pinheiro Machado (15,1%). Já o município da 7ª CRS com mais captura foi Lavras do Sul (64,2%). As espécies com maior número de exemplares encontrados foram Triatoma rubrovaria (90,6%), seguido por Panstrongylus tupynambai (7,4%), em ambas CRS. A região sul do RS continua apresentando importante invasão domiciliar e dispersão de triatomíneos, sobretudo pela espécie T. rubrovaria, seguida por P. tupynambai, sendo necessária uma maior vigilância desses vetores. Quanto à prevalência da DCH entre os doadores de sangue na região sul, o índice de descarte de bolsas de sangue por reações positivas ou inconclusivas para anticorpos anti-T. cruzi, no Hemocentro Regional de Pelotas, em um período de 10 anos, foi de 0,26% (283 bolsas), e os indivíduos procedentes dos municípios de Canguçu e Pelotas se destacam em relação ao maior número de doadores sororreagentes para anticorpos IgG anti-T.cruzi. Em relação a mortalidade por DCH na região sul, nos municípios contemplados pela 3ª CRS (Pelotas), ocorreu um total de 60 (16,5%) óbitos, na 7ª CRS (Bagé), a mortalidade foi de 2,5% (9 casos). Os municípios com maior índice de mortalidade por DCH foram: Pelotas, Canguçu, Rio Grande e Lavras do Sul. Percebe-se que tanto a DCH, como seus vetores, seguem tendo importância no RS, não sendo admitido descuidos no que tange a vigilância de triatomíneos e controle sorológico nos bancos de sangue.