Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Porto, Liana Barcelos |
Orientador(a): |
Caetano, Marcio Rodrigo Vale |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14456
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Resumo: |
Esta pesquisa-costura foi escrita como uma tese-colcha de retalhos decolonial, é qualitativa e baseia-se em autores/as percursores da pesquisa narrativa. As premissas teórico-metodológicas utilizadas compreendem a narrativa enquanto fenômeno e método de pesquisa. Como participantes-autores/as desta pesquisa, a partir de um recorte geográfico sociocultural, pode-se dizer que todos/as participantes-autores/as residem na região sul do Rio Grande do Sul, nas cidades de Canguçu, Pelotas e Rio Grande, compõem famílias inter-raciais e se propuseram a narrar suas experiências afetivo-familiares, aceitando refletir sobre os modos como a colonialidade e sua estrutura racial poderiam estar presentes em suas relações íntimas e sociais. Para a composição dos arranjos metodológicos desta pesquisa-costura, foi necessário o corte de tecidos, etapa que nomeia a experiência vivenciada entre participantesautores/as e pesquisadora costureira. Dessas experiências surgem os retalhos narrativos, que são os registros das experiências narrativas que foram transcritas, bem como as notas de campo confeccionadas pela pesquisadora-costureira. A tessitura desta colcha-tese se sustenta pelo forro teórico que intersecciona: colonialidade, raça, teorias críticas da branquitude e amor romântico. O momento de juntar os retalhos-narrativos, conectando-os com o forro teórico, que já estavam alinhavados manualmente, deu-se pelo costurar à máquina. Tal movimento compôs os sentidos às experiências narrativas, por meio de um processo analítico interpretativo dos retalhos narrativos dos participantes-autores/as. Desta análise surgiram doze fios-conceitos, mas como nem todos os fios puderam passar pela máquina de costura, ao menos por ora, optou-se, a partir das suas especificidades, por compor outras três linhas condutoras para a escritura em colcha. Esses três novos fios guiaram este processo de composição de sentidos das experiências narrativas, que se desdobraram em textos intermediários e, posteriormente, no texto de pesquisa. Por fim, esta pesquisa-costura evidencia e visibiliza a importância das famílias inter-raciais olharem criticamente para suas experiências afetivos-familiares, oportunizando a reflexão de como as suas experiências podem influenciar os processos de positivação/negativação da identidade racial de pessoas negras. Esta tessitura, também, encontrou a potência dos processos educativos transgressores, aqueles que se opõem ao positivismo curricular e ao racismo estrutural. Tais processos se alinham a proposta de educação emancipatória, alinhavando o cotidiano escolar com o letramento racial-crítico. Entre a costura dos retalhos (frente da peça) e o forro (verso da peça), ainda se encontram lacunas sem retalhos, mas com potentes linhas excedentes, pontas de nó e arestas de arremates. Visto a relevância que a pesquisa-costura narrativa, sob a perspectiva decolonial, apresenta para promover reflexões sobre amor, afeto, racismo, letramento racial, branquitude, dentre tantos outros, oportuniza, portanto, a continuidade e o aprofundamento dos estudos na área, uma vez que contribui com artefatos da pesquisa-costura, que podem ser usados para inúmeras outras artesanias. |