União rio-grandina de estudantes secundários (URES) como agente de interação social entre secundaristas e a sociedade (1953- 1979)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Schwarzbold, Karin Christine
Orientador(a): Weiduschadt, Patrícia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9553
Resumo: O presente trabalho apresenta a tese de que o movimento estudantil de forma organizada, através de uma entidade, promove a interação social entre seus participantes e a sociedade local. Defende-se a ideia de que a interação social, as relações sociais bem como a sociabilidade entre os jovens podem ser dadas de diversas formas, desde conversas informais entre amigos até a participação em grupos organizados formalmente (SIMMEL,1983, 2004, 2006). Tem por objetivo geral averiguar a interação social dos alunos secundaristas no município do Rio Grande, RS, através da criação e atuação da URES. Especificamente observou-se o contexto da criação da URES, a participação e promoção da entidade em atividades cívicas, desportivas e culturais bem como com o seu envolvimento junto à comunidade do município com o objetivo da criação de uma Instituição de Ensino Superior no local e sua posterior federalização. Essa pesquisa se justifica uma vez que o tema movimento estudantil secundarista é pouco pesquisado. A URES, apesar de forte atuação no município entre os anos 1953-1979, nunca foi objeto de estudo dentro da História da Educação. Para a compreensão da pesquisa proposta, dentro do contexto da História Cultural, valeu-se da análise de vários tipos documentais (CELLARD, 2012; COX, 2017) e da História Oral (CHARTIER, 2014; FERREIRA E AMADO, 2006; THOMPSON, 1992; ALBERTI, 2007; HALBWACHS, 1990; NORA, 1993 e CANDAU, 2012). Ambas as fontes, por várias vezes, se intercalaram, ora baseando-se mais em documentos, ora em entrevistas, sendo assim entrelaçadas. Os jovens historicamente, por um lado vistos como essenciais para as conquistas, e por outro com preocupação por sua rebeldia, no município do Rio Grande, no período estudado, eram incentivados a manterem-se ocupados e assim não propensos a rebeldias (BENEVIDES, 2006; CARRON 1994; FRAGA, 1996; DELLA VECHIA, 2011). Para tanto eram incentivados para que participassem de atividades cívicas, desportivas e culturais. Verificou-se que tais atividades eram frequentes, como concurso de oratória, festival de cantos e até a fundação de um teatro estudantil, com participação de alunos de ambos os sexos. Foi possível compreender como se deu a participação da URES com a sociedade em prol da consecução de uma Universidade no município do Rio Grande bem como a sua federalização, oportunizando aos secundaristas locais e demais interessados o ingresso numa instituição de Ensino Superior de qualidade, pública e gratuita. Enfim, cabe destacar que por meio das análises empreendidas, a partir das fontes orais e documentais, que o movimento juvenil secundarista, materializado na organização da URES, buscou influenciar a sociedade rio-grandina, legitimando-se como um grupo social, a partir das práticas de sociabilidade.