Docência a distância no ensino da UAB: identidades ambivalentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silveira, Paulo Ricardo Tavares da
Orientador(a): Ferreira, Márcia Ondina Vieira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
EaD
UAB
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5413
Resumo: A modernidade instituiu-se como tal ao dominar o tempo, através da descoberta de instrumentos para marcá-lo com precisão e ao produzir tecnologias que aproximavam os espaços e encurtavam o tempo. O espaço, no entanto, neste momento histórico, permanecia conectado à realidade local. A ideia de ordem surge como o caminho a ser trilhado em todas as instituições sociais. Foi neste contexto, e com objetivo disciplinador, que surge a escola nas características como a conhecemos hoje, de forma presencial. Neste momento, o professor é o portador do conhecimento e o mediador entre o aluno e a herança cultural dos antepassados e, nesta relação, o professor já tem seu saber legitimado pela instituição que representa: a escola. A passagem dessas relações sólidas para as relações líquidas acontece no momento em que, através das tecnologias de informação e comunicação, a modernidade domina o espaço. A dominação do tempo e do espaço dá origem a um fenômeno denominado desencaixe. As relações sociais deslocam-se dos contextos locais e se rearticulam em outros tempos e espaços. O uso da internet criou a possibilidade do ciberespaço e a comunicação de todos com todos. É neste contexto que surge, no Brasil, a ―Universidade Aberta do Brasil‖, desenvolvendo um projeto com o objetivo de transitar entre o local e o global, gerando oportunidades para aqueles que, de outra forma, não teriam condições de estudar no ensino superior. Para que esta ideia funcionasse, foi necessário fragmentar a ação do professor em basicamente três agentes de ensino, quais sejam: Professor de Disciplina, Tutor a Distância e Tutor Presencial. Cada um deles com funções bem determinadas. Para efetivar a presente pesquisa, que procura compreender de que maneira o desencaixe do espaço e do tempo na ação docente, proporcionado pelo ensino a distância, redireciona e constrói identidades docentes ambivalentes, foram entrevistados, através do MSN, dezesseis agentes do ensino que trabalham no projeto EaD/UAB da FURG. As entrevistas on-line foram gravadas e, posteriormente, separadas por temas para serem analisadas. A análise dos dados demonstrou a existência de duas identidades ambivalentes. A primeira identificada através do Tutor a Distância que transita com mais facilidade entre a realidade local e global; e a segunda, identificada como uma ação coletiva que está além da ação individual de cada agente, mas que depende do efetivo trabalho de cada um em suas atribuições. A vivência desta identidade só é visível da óptica de uma concepção sistêmica não dialética, devido à rigidez da distribuição de funções, o que limita a atuação do Tutor Presencial. Ambas as identidades perseguem o mesmo objetivo, que é reconstituir o professor que fora fragmentado. São identidades que convivem de forma ambivalente num contexto pós-moderno no qual são construídas na relação entre a subjetividade e o contexto, virtual e/ou local.