Manipulação e visualização de produtos gerados por fotogrametria digital para a explicitação e o compartilhamento de saberes geométricos sobre os anamorfismos de dois elementos da arquitetura eclética pelotense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Xavier Júnior, Edemar Dias
Orientador(a): Silva, Adriane Borda Almeida da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/15242
Resumo: A técnica de levantamento por fotogrametria digital permite obter modelos de nuvens de pontos, os quais podem representar uma tridimensionalidade precisa das superfícies visíveis de um patrimônio histórico edificado. A partir destas técnicas, dois casos relativos à arquitetura de interesse cultural da cidade de Pelotas, RS, são aqui estudados: a meia cúpula da Capela da Santa Casa de Misericórdia e a claraboia do Casarão 8, edificação que sedia o Museu do Doce, de responsabilidade da Universidade Federal de Pelotas. Ambos os elementos comprovam a atuação, no final do século XIX, de profissionais com a habilidade de produzir, sob pontos de vista específicos, efeitos anamórficos, sendo o primeiro percebido como uma cúpula inteira, de autoria do arquiteto italiano José Isella (1843-1931), e o segundo como a representação de um olho, atribuída a este arquiteto, porém sem comprovação. Por meio da obtenção de modelos digitais tridimensionais e fotorrealistas destes elementos, é possível extrair informação e explicitar os saberes geométricos envolvidos em tal habilidade. Desta maneira, trata-se de um estudo de interesse didático tanto no campo de projeto quanto para apropriação das técnicas digitais de representação empregadas. Sob este interesse, o estudo se utiliza da abordagem da Teoria Antropológica do Saber, de Yves Chevallard, mais especificamente da visão estruturada de um saber. Para isto, há um investimento na compreensão de como se relacionam os quatro elementos desta estrutura, teorias, tecnologias, técnicas e tarefas, para dar conta tanto de um saber profissional, utilizado pelo projetista para a geração de tais efeitos, como para constituir um saber documentar para estudar as habilidades necessárias para produzir e controlar os anamorfismos envolvidos. Para a extração das informações sobre a geometria, além do emprego da fotogrametria digital, foram associadas técnicas de parametria e de visualização e manipulação virtual das representações em tempo real, por modelos interativos. Este tipo de interação oportuniza a qualquer pessoa leiga compreender o controle do efeito pelo deslocamento do ponto de vista frente ao modelo. Nesta perspectiva, de compartilhamento das informações geradas sobre as estruturas de saber envolvidas e didaticamente apresentadas, o estudo se situa como um convite no âmbito da extensão universitária para o estabelecimento de uma rede de investigação, capaz de contribuir para o processo formativo em arquitetura e para elucidar a hipótese de autoria de José Isella sobre o projeto da claraboia.