Do latim às línguas românicas: um estudo sobre a diacronia das vogais tônicas do espanhol, português, italiano e francês à luz da Teoria de Traços

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Adamoli, Marco Antônio
Orientador(a): Matzenauer, Carmen Lúcia Barreto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14464
Resumo: Este trabalho investiga a evolução das vogais tônicas das quatro principais línguas derivadas do latim vulgar – espanhol, português, italiano e francês – a partir dos pressupostos da Teoria de Traços. A escolha dessa teoria encontra justificativa no fato de atribuir-se aos traços distintivos a propriedade de autossegmentos, o que permite lidar descritiva e formalmente com a estrutura interna dos sons que integram inventários fonológicos (CLEMENTS e HUME, 1995). Relativamente à base de dados, o estudo adotou o procedimento metodológico de revisão bibliográfica em manuais e gramáticas históricas. Com foco na ação dos traços distintivos, o trabalho descreveu, formalizou e analisou os principais processos fonológicos que atingiram o vocalismo tônico na evolução dessas quatro línguas, com base nos trabalhos de Clements (2004, 2009) e de Calabrese (1995, 2005). A análise apontou, entre outros aspectos, a existência de determinadas “forças” que atuaram diacronicamente, permitindo que segmentos fossem fonologizados ou desfonologizados. Tais forças atuaram no francês, por exemplo, desencadeando importantes mudanças fonológicas que levaram à emergência de três novos segmentos (//, // e //) e ao surgimento de um grande número de ditongos; no espanhol, o movimento verificado foi o de redução, tendo as vogais médias baixas // e // evoluído a ditongos crescentes a partir do fenômeno da ditongação espontânea que afetou as vogais tônicas ainda no latim vulgar. O estudo concluiu que dois princípios preconizados por Clements (2009) – Princípio da Robustez e Princípio da Economia de Traços – deram base para a compreensão dos fenômenos que guiaram a evolução dos sistemas vocálicos estudados, especialmente para o entendimento do comportamento dos traços [ATR] e [arredondado]. Diante dos resultados obtidos neste trabalho, a Tese propôs uma Escala de Robustez para os sistemas vocálicos das Línguas Românicas, a partir de uma reanálise da Escala de Robustez de Calabrese (2005). Comparando-se as duas hierarquias de traços, o estudo apontou algumas diferenças, que foram justificadas pelo comportamento das vogais em dois contextos distintos de análise: a partir de sua constituição nos inventários fonológicos das línguas naturais (proposta de Calabrese) e de seu comportamento diacrônico (proposta desta Tese).