Análise das postônicas não-finais em São Paulo e São Luís

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santana, Arthur Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-16062015-141121/
Resumo: Esta dissertação tem como objeto as vogais médias postônicas não-­finais do Português Brasileiro, especificamente a emergência das formas altas [] e [] e das médias-­baixas [] e [], estas últimas especificamente em dialetos do nordeste. Por meio do arcabouço teórico da Geometria de Traços, buscou-­se analisar os motivadores fonológicos que estão correlacionados à emergência de cada uma das formas das vogais. A principal hipótese que se buscou verificar foi se a emergência das vogais [] e [] na posição postônica não-­final, classificadas na literatura como resultantes de alçamento vocálico, está condicionada a correlatos fonológicos, tendo em vista que até então não se conseguiu encontrar um padrão que pudesse formalizar uma regra. Além disso, buscou-­se investigar se a emergência das formas médias-­baixas [, ] na postônica não-­final poderia ser formalizada por regra. Para tanto, realizou-­se um experimento de leitura de palavras em duas localidades, São Paulo e São Luís. A amostra foi constituída por 40 informantes com idades entre 20 e 30 anos, 20 de cada localidade. Os dados foram transcritos após uma verificação acústica de medição de formantes e posteriormente codificados para que testes estatísticos fossem aplicados. Com base nos resultados obtidos, observou-­se que (i) a emergência das formas altas se correlacionou à presença de uma vogal alta na átona final que compartilhasse o mesmo ponto de articulação que o da postônica não-­final, isto é, coronal para [] e labial para []; e que (ii) a emergência das médias-­baixas se correlacionou à presença da vogal dorsal, ou seja, da vogal baixa na átona final. Para a formalização de ambas as regras, faz-­se necessário assumir a proposta de Wetzels (2011) a respeito da neutralização como um mecanismo de mudança do valor do traço que garante a distinção em outro contexto. Entretanto, para que se pudesse capturar o fato de, para a emergência das vogais altas, além do traço de abertura, haver também correlação com o ponto de articulação da átona final e de que a produção das médias-­baixas é garantida pelo traço [aberto3], ambas as regras devem ser assimilatórias: do nó vocálico para as altas [, ] e do traço [+aberto3] para as médias-­baixas [, ].