Fonologização na diacronia : do latim ao português moderno
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas# #-8792015687048519997# #600 Brasil UCPel Programa de Pos-Graduacao em Letras# #8902948520591898764# |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/551 |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo principal apresentar pesquisa cujo foco é a descrição e a análise da fonologização na evolução do sistema consonantal do latim ao português, a partir de material coletado por meio de revisão bibliográfica em manuais e gramáticas históricas. A fonologização como centro de um estudo diacrônico justifica-se pelo papel fundamental na constituição da história das línguas, uma vez que é responsável pela alteração dos inventários fonológicos, com o preenchimento de lacunas existentes no sistema, seja pela inserção de novos segmentos ou até mesmo pela criação de toda uma classe de segmentos inexistentes. Apesar de ser um processo essencial na estruturação dos inventários das línguas, poucos são os trabalhos que exploram sua caracterização e funcionamento. A explicitação dos processos fonológicos envolvidos e dos traços distintivos atuantes no referido fenômeno é guiada pelos pressupostos da teoria Autossegmental (CLEMENTS e HUME, 1995), mais especificamente com base no Modelo de Princípios Fonológicos Baseados em Traços (CLEMENTS, 2009). Os dados foram organizados de forma a explicitar a origem dos novos fonemas do português, o tipo de processo atuante (sonorização, fricativização, consonantização, palatalização), o papel dos traços no processo de mudança e as possíveis etapas evolutivas que culminaram na implementação de novos fonemas no inventário do português, em se comparando com o sistema consonantal do Latim. A análise dos dados permitiu concluir que a atuação do Princípio de Economia de Traços e do Princípio de Robustez, segundo o Modelo de Clements (2009), é tendência atestada na diacronia da língua. Além disso, foi possível identificar basicamente dois movimentos que guiam a evolução do sistema consonantal analisado: um que visa à simetria do sistema, favorecendo o preenchimento de lacunas existentes no inventário fonológico pela expansão do uso contrastivo de traço já pertinente na gramática, e outro que milita a favor da expansão do sistema pela criação de novas classes de segmentos. Dos dois movimentos, resultam novas oposições, estabelecidas tanto por meio da atuação de traços não contrastivos no sistema de origem, como por traços que, já pertinentes, passam a figurar em novas coocorrências; nos dois casos, tem-se a atuação de princípios fonológicos universais, influenciando na escolha e no funcionamento dos traços. Como consequência da ação de princípios universais subjacentes à fonologização, as análises evidenciaram que não apenas a estrutura do sistema do latim motivou esse fenômeno na diacronia do português. Os resultados mostraram que o funcionamento dos traços é capaz de tornar explícitas as duas forças que estão subjacentes ao processo de fonologização na evolução do sistema consonantal do português: a estrutura lacunar do sistema que lhe deu origem e os princípios universais que representam tendências na constituição dos inventários das línguas do mundo. |