Uso de serviço odontológico nos dois primeiros anos e fatores maternos associados: evidências de um estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Hartwig, Andréia Drawanz
Orientador(a): Azevedo, Marina Sousa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8344
Resumo: Recomenda-se que as crianças tenham sua primeira consulta odontológica, na erupção do primeiro dente e não mais tardar que no primeiro ano de vida afim de educar e orientar os pais sobre hábitos saudáveis e prevenção de doenças bucais. Sendo assim, o objetivo desta tese foi investigar a associação entre fatores maternos e a visita odontológica da criança nos dois primeiros anos de vida. O primeiro artigo investigou associação entre fatores relacionados à mãe e a prevalência do uso de serviço odontológico no primeiro ano de vida da criança. Foi um estudo de coorte de nascimentos no Sul do Brasil realizado em 2015. Foram coletadas informações sobre a primeira visita odontológica da criança, informações sociodemográficas, uso do serviço e medo odontológico da mãe. Foi realizado exame de saúde bucal materno através do índice CPOD conforme critérios da Organização Mundial da Saúde e também avaliação da condição periodontal materna. Modelos de regressão de Poisson brutos e ajustados com variância robusta foram utilizados para avaliar a associação entre variáveis de interesse e o desfecho. O segundo artigo teve como objetivo verificar a relação entre orientações maternas sobre cuidados com saúde bucal recebidas nos primeiros mil dias, e a visita ao dentista da criança nos dois primeiros anos de vida. Este trabalho também fez parte da coorte de nascimentos de 2015 de Pelotas. Foram coletadas informações sociodemográficas e de uso de serviço odontológico pela mãe, e informações sobre a mãe ter recebido alguma orientação sobre cuidados com a saúde bucal do bebê nos primeiros mil dias de vida. O desfecho foi a visita odontológica das crianças nos dois primeiros anos de vida. Os dados foram analisados utilizando-se modelo de regressão logística. No primeiro artigo foram incluídas 2.387 díades mãe-filho. Das crianças, 10.1%% haviam visitado o dentista até os 12 meses de idade. Observou-se que as crianças cujas mães utilizam o serviço odontológico no último ano para tratamento preventivo (RP: 1,51; IC: 1,12-2,03) e para tratamento curativo (RP: 1,47; IC: 1,08-2,01) apresentaram maior prevalência de visita ao dentista. Crianças cujas mães apresentaram dentes ausentes apresentaram uma prevalência 31% menor de ir ao dentista no primeiro ano de vida (RP: 0,69; IC: 0,54-0,89). No segundo artigo foram incluídas 2.947 crianças. A maioria nunca visitou o dentista até os dois anos de idade (78,1%). Quase a metade das mães nunca recebeu orientação sobre como cuidar da boca do bebê durante os primeiros mil dias (49,2%). A prevalência de crianças que visitaram o dentista por problemas, foi 261% maior entre aquelas cujas mães não receberam orientação em nenhum momento nos primeiros mil dias (RP: 3,61 [IC 1,44-9,04]). A prevalência de não visitar um dentista, foi maior tanto para os que receberam orientação em apenas um momento (RP: 1,86 [IC 1,37-2,51]) quanto para os que nunca receberam orientação (RP: 5,39 [IC 3,89-7,45). Conclui-se que os padrões de utilização dos serviços odontológicos das mães, a perda de dentes e a falta de orientações sobre como cuidar da saúde bucal dos filhos podem influenciar na primeira visita odontológica das crianças.