Programa de atenção odontológica materno-infantil: avaliação do impacto na saúde bucal na primeira infância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Pinto, Carolina Camporese França
Orientador(a): Romano, Ana Regina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/3510
Resumo: O objetivo foi avaliar nas crianças do projeto de extensão Atenção Odontológica Materno-Infantil (AOMI) FO-UFPel: a influência do período da primeira consulta odontológica na prevalência e incidência de cárie dentária no 2.º e 3.º anos de vida; avaliar se o pré-natal odontológico influenciou na condição de cárie aos três anos de idade em crianças que ingressaram antes do primeiro ano. Foi conduzido estudo retrospectivo, com avaliação longitudinal, de dados de prontuários de bebês com ingresso até 23 meses e, no mínimo uma consulta/ano, no período de 2000 a julho de 2015. Os dados foram coletados de forma padronizada, por um único pequisador e analisados no programa Stata 11.0. Dos 569 prontuários estudados, a idade média de entrada foi de 9,6 meses, 400 foram incluídos na avaliação da presença e incidência de cárie: ceos>0 e cárie severa na primeira infância (CSPI). As crianças foram divididas de acordo com a idade de ingresso em três grupos homogêneos socioeconomicamente: I = < 12 meses; II= 12-18 meses; e III= 19-23 meses. Delas, considerando ceos>0 e CSPI, 9,5% e 16,3% apresentaram cárie no 2.º ano, respectivamente, aumentando para 14% e 22.8% no 3.º. Nos grupos, este aumento com a idade também foi significativo para ceos>0 e CSPI, tanto no I (1,1/4% e 6,6/9,9%), como II (19/23,8% e 25,2/36,5%) e III (35,4/46,2% e 47,7/63,1%).Os valores médios de ceod, ceos e ceos com lesão não cavitada aumentaram significantemente, do grupo I ao III. Na avaliação da incidência de cárie, a porcentagem média dentro de cada grupo, foi de 2,9% e 3,3%, 4,8% e 11.3% e 10,8 e 15,4% para ceos>0 e CSPI, nos grupos I, II, e II, respectivamente. No incremento, só não houve significância no número de superfícies obturadas no grupo I e de cavitadas em todos os grupos. Na avaliação de fatores associados à cárie, as 272 crianças do grupo I foram divididas em com e sem pré-natal odontológico. Das variáveis estudadas, pós ajustes, se mantiveram associadas ao ceos>0, a motivação materna e a presença de placa dentária no exame do 2º.ano de vida. A CSPI, na análise multivariada esteve associada à menor escolaridade materna, ausência de espaços generalizados no arco, não realização do pré-natal, ao maior consumo diário de sacarose, ao relato materno de início da higiene bucal depois dos seis meses de idade, à média-baixa motivação materna e à presença de placa no segundo ano de vida. Após ajustes, a CSPI manteve-se associada ao pré-natal odontológico (RP 2.45/IC 1.54-5.47), ao relato materno de início da higiene bucal depois dos seis meses de idade (RP 2.47/IC 1.04-5.86), a media-baixa motivação materna (RP 5.25/IC 1.63-16.92) e à presença de placa no segundo ano de vida (RP 10.19/IC 1.49-69.52). Assim, ingressar para atendimento odontológico antes do primeiro ano de vida, iniciar a higiene bucal antes dos seis meses de idade e ter uma mãe motivada que realize o pré-natal odontológico são fatores que influenciam positivamente para uma melhor condição bucal no 3.º ano de vida das crianças acompanhadas no AOMI.