Resumo: |
a Introdução: A Assistência Farmacêutica (AF) é um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde. Tem o medicamento como insumo essencial, combinado com estrutura, pessoas e tecnologias, tendo o usuário como beneficiário maior. Os principais objetivos da AF são facilitar o acesso aos medicamentos essenciais e promover seu uso racional. Objetivo: Avaliar a situação da AF no município de Uruguaiana-RS, utilizando os indicadores de prescrição, assistência e serviço recomendados pela OMS e o Instrumento de Auto-Avaliação (IAPAF) proposto pelo Ministério da Saúde para avaliar a capacidade gerencial e de planejamento da AF. Métodos: Estudo transversal, totalizando 650 entrevistas e observações entre junho-setembro/2013, em 11 Unidades Básicas de Saúde e na Farmácia Central. Os indicadores de prescrição analisados foram: número médio de medicamentos por consulta; percentual de medicamentos prescritos pelo nome genérico; percentual de consultas em que foram prescritos antibióticos; percentual de prescrições contendo injetáveis e percentual de medicamentos prescritos que constam na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais. Os indicadores de assistência ao paciente analisados foram: tempo médio de consulta, conhecimento da prescrição e disponibilidade dos medicamentos prescritos. Ainda foram verificados os indicadores sobre o serviço: disponibilidade da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais em todos os serviços pesquisados e disponibilidade dos medicamentos-chave. O IAPAF foi aplicado na Farmácia Básica e almoxarifado de medicamentos. Os estágios de desenvolvimento para cada uma das etapas da AF foram classificados de 1 a 3, sendo o nível 1 o de menor desenvolvimento e o 3 o melhor. Resultados: O número de medicamentos por prescrição variou de 1 a 10 (média=1,7). O percentual de medicamentos prescritos pelo nome genérico e que consta na REMUME foi de 75,5% e 67,7%, respectivamente; em 9,7% das consultas foram prescritos antibióticos. O tempo médio de consulta foi de 6 minutos; 51,4% dos usuários tiveram sua prescrição atendida; apenas 18,9% dos pacientes compreenderam totalmente a prescrição. Dos 24 itens analisados no IAPAF, 12 encontravam-se no estágio 1 e 12 no estágio 2. Conclusão: O fato de não ter Comissão de Farmácia e Terapêutica, não utilizar o perfil epidemiológico para a programação de medicamentos e insumos farmacêuticos e não cumprir as Boas Práticas de Armazenamento, Transporte, Distribuição e Dispensação, revela que não há gerenciamento adequado e planejamento da AF no município, podendo causar gastos desnecessários e falta de efetividade do sistema de saúde. O tempo médio de consulta muito aquém do recomendado pela OMS pode estar influenciando a não compreensão da prescrição. |
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