Narrativas de mulheres sobre o processo de feminilização na educação profissional e tecnológica: avanços e permanências nas relações de gênero em uma perspectiva interseccional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Jobim, Letícia Mossate
Orientador(a): Silva, Márcia Alves da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/12897
Resumo: A presente pesquisa apresenta um estudo sobre as transformações nas relações de gênero ocorridas no campus São Vicente do Sul, um dos campi do Instituto Federal Farroupilha, a partir do processo de feminilização do curso Técnico em Agropecuária e tem por objetivo identificar as transformações que ocorreram com o ingresso de meninas nessa instituição e com a implantação do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (NUGEDIS). Situada no campo teórico dos Estudos Feministas Interseccionais e de Gênero, caracteriza-se por ser qualitativa e utiliza o método biográfico e História Oral temática, com entrevistas narrativas realizadas com estudantes egressas de duas gerações diferentes, juntamente com alguns servidores e servidoras que acompanharam a inserção das alunas e as mudanças ocorridas. Sob as lentes da interseccionalidade, para as análises, foram considerados os marcadores sociais a fim de identificar possíveis mudanças nessas relações quando o sexo vem atrelado a outros condicionantes. Com o intuito de reconhecer o público atendido pelos Institutos Federais, foi feito um levantamento de matrículas na Plataforma Nilo Peçanha, com um olhar especial para gênero, raça e classe, onde se constatou que a maioria é pardo, feminino e de baixa renda. Os resultados obtidos evidenciaram que apesar do aumento de mulheres na educação profissional e do tempo transcorrido, o sexismo, o machismo, o racismo, a divisão sexual, dentre outros, não deixaram de existir na esfera educacional e profissional. O que mudou, de fato, foi a capacidade de reconhecimento destes por parte das estudantes, pois o primeiro grupo - As Precursoras - apresentou maior dificuldade para identificar as desigualdades de gênero, já tão naturalizadas social e institucionalmente. O segundo grupo - As Contemporâneas - identificou-os com facilidade, porém isso não provocou mudanças substanciais nas desigualdades e nos preconceitos recorrentes. Elas continuam operando ativamente e precisam ser combatidas com formação para estudantes, docentes e Técnicos Administrativos, estendida a toda instituição, em especial aos homens.