HIV, hepatite B, hepatite C e sífilis: ocorrência e sorodiscordância entre mulheres e seus companheiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Scherer, Aline
Orientador(a): Nunes, Bruno Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
HIV
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7476
Resumo: HIV, hepatite B, hepatite C e sífilis são doenças com possível transmissão vertical durante a gestação e amamentação - esta última, no caso do HIV. Com exceção da hepatite C, a maior fonte de contágio dessas infecções na gestante é a relação sexual. A testagem dos parceiros das gestantes brasileiras, embora seja estimulada pelo Ministério da Saúde, ainda não é abrangente. Nem sempre a sorologia para determinada doença é concordante entre os pares do casal. A sorodiscordância tem sido considerada uma fonte crescente de transmissão de infecções. Alguns estudos têm mensurado essa taxa entre casais, mas são escassas as informações na literatura a respeito da prevalência de HIV, hepatites B e C e sífilis em parceiros sexuais de gestantes brasileiras. Além disso, a medida da sorodiscordância somente é citada em relação ao HIV. O objetivo deste estudo transversal de base de serviço foi avaliar a ocorrência e sorodiscordância das infecções por HIV, hepatite B, hepatite C e sífilis nas mulheres internadas na unidade materno-infantil de um hospital do sul do Brasil e em seus companheiros, além de descrever as características demográficas e socioeconômicas dos participantes. A análise de dados foi realizada por meio de estatística descritiva com cálculos de prevalência e Intervalo de Confiança (IC 95%) para os desfechos (variáveis dicotômicas), que foram analisados de forma isolada e em conjunto. Os desfechos de positividade das mulheres foram mensurados por testes rápidos (TR) de HIV, TR treponêmicos de sífilis, HbsAg e Anti-HCV. Nos companheiros, foram mensurados por TR de HIV, hepatite B, hepatite C e sífilis. Dentre os resultados, constatou-se que 6,8% dos casais possuíam algum teste positivo. Além disso, aproximadamente um a cada 25 participantes apresentava teste positivo para alguma das infecções pesquisadas (4,0% das mulheres e 4,3% dos homens). Entre as mulheres, 2,0% já sabiam ser HIV positivas, 2,0% apresentaram TR positivo para sífilis e não houve resultado positivo para hepatite B ou C. Do total de homens entrevistados, 95,9% aceitaram realizar os TR. Entre eles, 1,4% sabiam ser HIV positivos e um parceiro era portador crônico de hepatite B. Houve um percentual semelhante de homens com TR positivos para sífilis e hepatite C (1,4%). Entre os 281 casais, a maioria dos indivíduos que apresentavam teste positivo para alguma das doenças pesquisadas estava em um relacionamento sorodiscordante. Esses resultados podem colaborar no entendimento da infecção por HIV, hepatite B e C e sífilis nesta população estudada. A evidência de que a maioria dos casais com algum resultado positivo era sorodiscordante reforça a importância da testagem masculina com a intenção de evitar a infecção do cônjuge negativo e consequente transmissão vertical das infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, a evidente aceitação masculina em realizar a testagem no momento da internação da companheira demonstrou a viabilidade desta estratégia na maternidade.