Influência da condição clínica periodontal e da elastase salivar no trabalho de parto prematuro e no parto pré-termo: estudo de casos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Casarin, Renata Picanço
Orientador(a): Romano, Ana Regina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3536
Resumo: O trabalho de parto prematuro é definido como a instalação espontânea do trabalho de parto entre a 20ª e 37ª semanas incompletas de gestação. A busca por mais informações em relação à prematuridade tem aumentado, uma vez que os desfechos perinatais adversos podem ser a causa de doenças e de incapacidades de longa duração em recém-nascidos. Devido à similaridade na patogênese das infecções à distância causadas por microrganismos gram-negativos, tem-se questionado a possibilidade da doença periodontal atuar como um fator de risco adicional na ocorrência de partos prematuros. No entanto, os dados sobre a patogênese da doença periodontal no nascimento de bebês prematuros são inconclusivos. Este estudo teve como objetivo avaliar a condição periodontal clínica e a dosagem de elastase salivar de gestantes internadas com trabalho de parto prematuro no Hospital Universitário São Francisco de Paula, da cidade de Pelotas-RS. Os dados foram coletados por um período de seis meses, através do prontuário médico (identificação, dados obstétricos, dados referentes ao nascimento), de entrevista (idade materna, raça, uso de medicamentos, escolaridade, estado civil, peso e altura antes da gestação, tabagismo, número de consultas pré-natal), exame periodontal e de coleta salivar para avaliar os níveis de elastase. Na análise bivariada foram realizados os testes de Qui-quadrado e Exato de Fisher e na análise multivariada, foi utilizada regressão de Poisson com variância robusta, avaliando a relação entre as variáveis de desfecho, doença periodontal e parto pré-termo e as variáveis independentes. A amostra foi composta por 92 gestantes, sendo que a 72, 83% dessas não tinham um fator identificado como causa para o trabalho de parto prematuro; 32 bebês nasceram pré-termos. A presença de periodontite foi observada em 30,43% das gestantes. Na análise bruta, a presença de periodontite esteve associada com o hábito de fumar (p=0,018), com a presença de placa bacteriana (p=0,049) e com a porcentagem de sítios sangrantes (p<0,000). Após ajustes, somente a porcentagem de sítios sangrantes se manteve associada (RP=6,25; IC=2,76-14,17; p<0,000). Para o desfecho nascimento pré-termo, houve associação na análise bruta com a presença de risco pré-existente de parto prematuro e manteve-se associado após ajustes (RP=2,08; IC=1,28-3,40; p=0,003). Outras variáveis que mostraram associação, após ajustes, com o parto pré-termo foram o número de consultas pré-natais (RP=0,43; IC=0,23-0,81; p=0,007) e maiores valores de elastase salivar (RP=2,04; IC=1,03-4,07; p=0,040). Conclui-se que nessa amostra, os parâmetros clínicos da periodontite não foram fatores de risco para o trabalho de parto prematuro e para o nascimento pré-termo; e que níveis mais elevados de elastase salivar foram associados com a ocorrência de parto pré-termo, evidenciando a importância de mais estudos.