Associação entre o nascimento de bebês pré-termos e/ou com baixo peso e a doença periodontal materna: um estudo caso-controle na cidade de Pelotas-RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Krüger, Marta Silveira da Mota
Orientador(a): Romano, Ana Regina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4671
Resumo: A associação entre doença periodontal materna e desfechos perinatais adversos, embasada em modelos teóricos, apesar de extensivamente estudada mantêm-se controversa. O objetivo desse trabalho foi avaliar, a partir de estudo caso-controle, conduzido em três hospitais da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, a associação entre o nascimento pré-termo e/ou com baixo peso (NPT e/ou BP) e os parâmetros clínicos da doença periodontal materna. Foram incluídas puérperas que deram à luz a um recém-nascido pré-termo e/ou com baixo peso (grupo caso) e puérperas que tiveram bebês a termo e com peso normal (grupo controle), na proporção 1:2. Os dados foram colhidos através do prontuário médico (identificação, medicação, nascimento do bebê), de entrevista (idade, cor da pele, escolaridade, renda, situação conjugal, ocupação, peso e altura antes da gestação, tabagismo, alcoolismo, número de consultas pré-natal, hábitos de higiene bucal), e do exame clínico (lesão de cárie ativa, índice de placa bacteriana-simplificado, profundidade de sondagem (PS), nível de inserção (NI)). Foi realizada análise bivariada para avaliar a proporção de NPT e/ou BP com relação às variáveis independentes e análise de regressão logística múltipla para avaliar a associação entre desfechos perinatais adversos e variáveis independentes. A amostra foi composta por 140 casos e 276 controles. No grupo caso, das 140 puérperas com NPT e/ou BP, 119 (85%) tiveram parto pré-termo (NPT), 93 (66,4%) bebês com baixo peso (BPN) e 72 (51,4%) apresentaram as duas condições (NPTBP). A presença de periodontite generalizada não esteve associada a nenhum dos desfechos perinatais adversos. Da condição periodontal, não houve associação com NPT e/ou BP e com NPT e para BPN e NPTPB os valores de p foram conflitantes com o intervalo de confiança. O NPT e/ou BP esteve associado, significativamente, com renda entre 1,5-2,9 e ≥ 3 salários mínimos (OR=1,84(1,09 – 3,09); OR=1,89(1,07 – 3,35), respectivamente), adequado número de consultas pré-natal (OR=0,26(0,13 – 0,50)), antecedente de NPT e/ou BP (OR=2,16(1,27 – 3,65)), doença sistêmica (OR=1,70(0,88 – 3,29)), parto do tipo cesárea (OR=1,83(1,20 – 2,77)) e com pré-eclâmpsia (OR= 5,26 (2,43 – 11,4)). As puérperas com maior renda, mais velhas e com antecedente de NPT e/ou BP tiveram maior risco a NPT. A presença de doença sistêmica prévia esteve associada com NPT e/ou BP, NPT e com NPTBP. Conclui-se que, nessa amostra, os parâmetros clínicos da periodontite não foram considerados fatores de risco para os desfechos perinatais adversos estudados.