A arquitetura feminina: o cotidiano e os ambientes residenciais nas villas e casas de catálogo em Pelotas-RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Franciele Fraga
Orientador(a): Alfonso, Louise Prado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9266
Resumo: A arquitetura pode ser compreendida como um meio físico pela qual se manifestam as relações intangíveis da sociedade. As edificações residenciais, em especial, podem reproduzir nas suas intenções projetuais, as lógicas patriarcais de controle e separação de indivíduos. A presente pesquisa se desenvolve buscando compreender como as mulheres habitam ou habitaram o espaço da casa. Em especial, em um tipo de residências produzidas no início do século XX, em Pelotas/RS, a casa isolada no lote, também conhecida como Villa ou Casa de Catálogo. Essa arquitetura é fortemente influenciada pelos acontecimentos da virada do século XIX para o século XX, que trouxeram mudanças significativas na proposta do habitar. A preocupação com a higiene, manifestada na busca pela aeração e insolação das residências, impulsionada pelas grandes epidemias que assolaram as cidades nos anos anteriores, somadas aos significativos avanços de tecnologias e infraestrutura propiciam o seu surgimento. A pesquisa histórico-bibliográfica, aliada ao levantamento de identificação de exemplares remanescentes na cidade, revelou uma produção considerável de bens de interesse ainda existentes na malha urbana. A realização de entrevistas com suas moradoras possibilitou um novo horizonte de interpretação para a pesquisa. Foi possível entender que esses bens possuem forte significado sentimental. Os relatos apresentam a arquitetura como agente da vida cotidiana, que interage e faz exigências às/aos moradoras/es, mas que também se altera sob o ritmo da dinâmica dos ciclos familiares. Nesse momento as mulheres, habitantes dessas residências, assumem o papel de protagonista, transgredindo as propostas convencionais dos programas de necessidades e organizações espaciais correntes, propostos por arquitetos, engenheiros e construtores, edificando ali uma arquitetura feminina.