Restrição calórica: efeitos em parâmetros oxidativos, comportamentais e no estado nutricional de ratos wistar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pereira, Cristiane
Orientador(a): Helbig, Elizabete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos
Departamento: Faculdade de Nutrição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/ri/2709
Resumo: A Restrição Calórica (RC) tem sido associada a inúmeros benefícios à saúde, como redução do peso e gordura corporal, melhora no perfil lipídico e aumento de enzimas antioxidantes que resultam na prevenção de diversas doenças, como as cardiovasculares (DCV) e na prevenção e atenuação de doenças neurodegenerativas relacionadas à idade em diversas espécies animais. No entanto, há poucos estudos que avaliam o impacto da RC iniciada em ratos jovens comparada com a iniciada em ratos adultos e sobre diferentes períodos de tratamento. O presente estudo avaliou o estado nutricional e metabólico, risco cardiovascular (CV) associado ao perfil lipídico sérico, parâmetros comportamentais e oxidativos em ratos Wistar submetidos à intervenção nas fases de vida jovem e adulta. Ratos com 40 ou 70 dias de vida foram alimentados ad libitum ou submetidos à RC por 12 ou 16 semanas. Nossos resultados mostraram que o peso corporal (PC) dos ratos submetidos à RC foi inferior – 21% nos jovens e 16% nos adultos, comparados aos controles (p<0,05). Os parâmetros bioquímicos séricos avaliados indicaram bom estado de saúde. Após 12 semanas, a RC diminui o colesterol total (CT), HDL, o colesterol não-HDL e a razão LDL/HDL nos ratos jovens e triacilglicerois (TG) e razão TG/LDL nos adultos – neste último com aumento de LDL e da razão LDL/HDL (p<0,05). O prolongamento da intervenção não resultou em mudança do risco CV associado ao perfil lipídico sérico. A atividade da paraoxonase 1 (PON1) foi mantida com a RC e a maior relação PON1/HDL foi encontrada nos jovens submetidos à RC por 12 semanas (p<0,05). Após 12 semanas, no hipocampo, a RC aumentou os níveis de glutationa (GSH) nos jovens e diminuiu a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e peroxidação lipídica nos adultos, comparados aos controles (p<0,05). A GSH e a atividade da glutationa peroxidase (GPx) parecem aumentar com a idade independente do tratamento. Nenhuma alteração foi observada na memória, na atividade da superóxido dismutase (SOD) e na produção de óxido nítrico (ON). A idade per se não ocasionou diferenças nos parâmetros de estresse oxidativo avaliados. Este estudo indica que a RC iniciada precocemente e mantida por 12 semanas proporcionou redução do risco CV associado ao perfil lipídico sérico quando comparada a iniciada na fase adulta. Já seu prolongamento não manteve esse efeito benéfico. A atividade da PON1 foi mantida com a RC independentemente da idade de início e do tempo de tratamento. Ainda, a RC resultou em melhora significativa de parâmetros celulares de autodefesa do hipocampo, tanto iniciada em jovens, quanto na fase adulta. Contudo, a RC iniciada em ratos jovens alterou de forma positiva e expressiva um importante tampão redox do hipocampo.