Elucidação da atividade do tipo antidepressiva do 2-fenil-3-(fenilselanil) benzofurano: evidências para a eficácia terapêutica em camundongos de ambos os sexos e para a modulação dopaminérgica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rech, Taís da Silva Teixeira
Orientador(a): Bortolatto, Cristiani Folharini
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10739
Resumo: A depressão é uma doença multifatorial e heterogênea, apresentando múltiplos mecanismos fisiológicos envolvidos, dentre os quais está o sistema monoaminérgico. Considerando que essa patologia tem um impacto negativo à vida dos indivíduos acometidos, e que a terapêutica atual apresenta início tardio de melhora dos sintomas além de diversos efeitos colaterais, se torna relevante a busca por novos antidepressivos. Os objetivos deste estudo foram: 1) investigar a possível contribuição dos sistemas dopaminérgico e noradrenérgico na ação do tipo antidepressiva aguda do 2-fenil-3-(fenilselanil)benzofurano (SeBZF1 50 mg/kg, via oral, v.o.) no teste da suspensão pela cauda (TSC) em camundongos machos; 2) avaliar o efeito da combinação de doses subefetivas de SeBZF1 e bupropiona (1 e 3 mg/kg, v.o., respectivamente), um fármaco com ação pelas vias dopaminérgica e noradrenérgica; 3) analisar o efeito do tipo antidepressivo agudo do composto (5-50 mg/kg, v.o.) em camundongos fêmeas bem como o efeito de seu tratamento repetido (1-5 mg/kg, v.o., 7 dias) em camundongos de ambos os sexos. O pré-tratamento com os antagonistas dopaminérgicos SCH23390 (0,01 mg/kg, subcutâneo, s.c.; antagonista seletivo do receptor D1), sulpirida (50 mg/kg, i.p.; antagonista seletivo D2/D3) e haloperidol (0,05 mg/kg, intraperitonial, i.p.; antagonista dopaminérgico não seletivo) bloqueou os efeitos do composto. A coadministração do SeBZF1 com a bupropriona apresentou um efeito aditivo semelhante aos antidepressivos. Não foi observado alteração no efeito do tipo antidepressivo do SeBZF1 quando pré-administrados os antagonistas prazosina (1 mg/kg, i.p.; antagonista adrenérgico α1, ioimbina (1 mg/kg, i.p.; antagonista adrenérgico α2) e propranolol (2 mg/kg, i.p.; antagonista β-adrenérgico). Além disso, os resultados demonstraram que o SeBZF1 exerceu efeito do tipo antidepressivo em camundongos fêmeas, quando administrado de forma aguda na dose de 50 mg/kg. Por fim, quando administrado repetidamente, o SeBZF1 (1 e 5 mg/kg) promoveu diminuição na imobilidade dos animais no TSC. Não foram observadas alterações no comportamento locomotor e exploratório ou sobre os marcadores plasmáticos de toxicidade hepática e renal em animais expostos ao tratamento repetido com SeBZF1. Em conclusão, nossos dados sugerem que a ação do tipo antidepressiva aguda do SeBZF1 em camundongos machos é mediada, ao menos em parte, pela modulação do sistema dopaminérgico, e que este composto sob diferentes regimes de tratamento possui eficácia terapêutica em camundongos machos e fêmeas. SeBZF1 apresenta seu efeito do tipo antidepressivo em camundongos machos com envolvimento, pelo menos em parte, do sistema dopaminérgico, e possui eficiência no tratamento agudo em fêmeas e no tratamento repetido em animais de ambos os sexos.