Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pinheiro, Régis de Araujo |
Orientador(a): |
Mauch, Carlos Rogério |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar
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Departamento: |
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8393
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Resumo: |
A conservação in situ dos recursos genéticos vegetais realizada pelas famílias agricultoras guardiãs de sementes emerge como uma atitude que está relacionada com diversos processos que proporcionam construir agroecossistemas mais sustentáveis. Percebe-se que nessa atitude, além da “herança” das sementes são herdados diversos pensares, saberes, percepções, sentidos, sentimentos que dão sentido as atitudes cotidianas dos agricultores. Nesse quesito, estima-se que a conservação das sementes crioulas espraia-se para a conservação de aspectos culturais que estão interligados, diretamente, com as atitudes, práticas, percepções que são implementadas nos agroecossistemas, em contrapartida, os agroecossistemas são capazes de demonstrar por meio de respostas as atitudes implementadas pelos agricultores. Processos que são construtores de conhecimento os quais são fonte para a construção de agroecossistemas mais sustentáveis. O presente trabalho tem como objetivo estabelecer e compreender as relações que se estabelecem entre os agricultores guardiões, suas sementes e o sistema solo. A partir de uma metodologia qualitativa na qual se utilizou como técnica de pesquisas perguntas semiestruturadas e as conversas com os participantespensantes. A região de pesquisa compreende os municípios de Rio Grande e São José do Norte no Estado do Rio Grande do Sul e apresenta uma amostra populacional de sete famílias agricultoras guardiãs de sementes, as quais foram escolhidas de acordo com a idade e quantidade de sementes mantidas. A Adaptação dos seres vivos não ocorre de forma passiva ao ambiente, os seres vivos forjam, esculpem o ambiente a fim de almejar a sobrevivência de sua espécie e para fazer isso buscam em sua memória percepções, simbolismos, crenças, sentidos, sentimentos, que edificam a adoção de determinadas atitudes, as quais são herdadas de seus ancestrais e aprimoradas por meio de seus cotidianos e dos processos de aprendizagem social o que configura o nicho cultural, o qual dá sentido as ações que os agricultores implementam em seus agroecossistemas (nicho agrícola) que expressa, mostra respostas que são percebidas pelos agricultores os quais passam a modificar as suas percepções, sentidos, simbolismos, crenças, ou seja o seu nicho cultural. Alheio a tudo isso está o nicho solo, ou seja, um hiperespaço que sofre pressões de seleção efetuadas pelo metabolismo dos agricultores, o qual é capaz de retroalimentar a memória dos agricultores ao refletir as atitudes outrora adotadas por meio da sua biocenose. Na memória dos agricultores há uma linha do tempo que nos permite correlacionar os aspectos outrora mencionados, esses percebem e relacionam que determinadas práticas agrícolas podem ser benéficas para a saúde e qualidade do solo, bem como adotam determinadas atitudes para melhorá-la, uma vez que perder a qualidade de seus solos priva-os de uma liberdade de plantar, cuidar, colher, guardar e comer. Os agricultores percebem que por meio de práticas agrícolas mais respeitosas aos agroecossistemas há um aumento da biocenose de seus solos, fruto da interação entre incremente de matéria orgânica, realizada por meio dos estercos de seus animais e uso de plantas de cobertura do solo, realizada pelas suas sementes crioulas. |