Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Stadler, Cleusi Teresinha Bobato
 |
Orientador(a): |
Floriani, Nicolas
 |
Banca de defesa: |
Fraga, Nilson Cesar
,
Pereira, Zefa Valdivina
 |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação Doutorado em Geografia
|
Departamento: |
Departamento de Geociências
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3888
|
Resumo: |
As comunidades tradicionais sejam elas, faxinalenses, quilombolas, caiçaras, através de seus conhecimentos, suas técnicas produtivas e seu modo de vida, têm sido guardiãs de um dos recursos mais importantes para a alimentação: a agrobiodiversidade. Semear territórios da agrobiodiversidade, partilhar saberes, práticas, é buscar a continuidade da geo-história das comunidades, dos simbolismos, da identidade dos sujeitos, e ações em um mesmo espaço, evidenciando as interfaces entre os conceitos de território/territorialidades e as práticas socioculturais patrimoniais. Justifica-se pesquisar os conhecimentos locais, as práticas dos agricultores com a agrobiodiversidade, pois eles podem nos oferecer importantes chaves para superar a crise ecológica e social causada pela modernização da agricultura, e também pela importância dos sistemas agrícolas tradicionais locais com sementes crioulas, pois estes fornecem grande parte dos conhecimentos e saberes para o desenvolvimento dos sistemas alternativos de produção. Em busca de compreender e analisar as transformações espaciais dos agricultores tradicionais, suas práticas, vivências, saberes, as territorialidades tradicionais são originadas por uma rede de sujeitos, através da agrobiodiversidade, valorização do conhecimento camponês, resistência, confiança, afetividade e rede de sementes. O principal objetivo é analisar as transformações para compreender o modo de vida e socialização em forma de comunidade tradicional, uma análise da trajetória, da manutenção do modo de vida das comunidades tradicionais – faxinalenses, quilombolas, caiçaras - onde os fenômenos, agrobiodiversidade, saberes, práticas, memórias, cultivo das sementes se manifestam em um território como (f)atores capazes de produzir efeitos e combinações que impactam diretamente as relações entre indivíduos, coletivos e territórios. As sementes crioulas são tema de uma ecologia de práticas e saberes, e configuram-se como novos sujeitos de direito por permitir a reprodução das identidades patrimoniais. Através das sementes crioulas, é engendrada uma ecologia de saberes e práticas socioterritoriais, possibilitando às comunidades agenciar suas identidades em redes de sujeitos que buscam construir estratégias de reprodução socioterritoriais alternativas ao desenvolvimento rural. Nesse contexto, a formação de um Banco de Sementes Crioulas e duas Casas de Sementes, representa uma nova estratégia na região dos Campos Gerais e Centro-Sul do Paraná para a revalorização da agrobiodiversidade, pois organizam e conectam esforços para a territorialização desses saberes patrimoniais materializados em variedades de milho, arroz, feijão, abóboras, temperos e árvores nativas. A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa foi a etnográfica, com uma abordagem qualitativa e uso da observação participante, áudio, registro visual (fotografias), e realização de entrevistas livres e semiestruturadas. Os capítulos retratam os saberes e práticas tradicionais dos agricultores como identidade dos territórios, os significados das sementes dos antepassados, as práticas de trabalho dos agricultores que utilizam cultivares crioulas, conservando e melhorando as sementes, a troca de sementes/saberes entre os sujeitos que vivem, criam e transformam a localidade, estabelecendo-se uma rede geográfica de conexões. Uma apresentação das dimensões socioecológicas, socioeconômica, política e cultural da prática social na conservação das sementes crioulas. |