Caracterização e uso do co-produto de Ilex paraguariensis na alimentação de frangos de corte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Costa, Laura de Vasconcelos
Orientador(a): Meinhart, Adriana Dillenburg
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8525
Resumo: O objetivo deste estudo foi caracterizar a parte externa do co-produto da poda de colheita de Ilex paraguariensis (denominado CPIP) e avaliar o efeito da adição do CPIP em ração de frangos de corte sobre o desempenho das aves e qualidade da carne. O CPIP foi caracterizado quanto aos ácidos clorogênicos, composição centesimal, metais e perfil de ácidos graxos. Os frangos foram criados em galpão experimental com controle de luz e aquecimento durante 42 dias. As dietas foram preparadas de acordo com as exigências nutricionais de frangos de corte em quatro formulações (controle, 1% de CPIP, 2% de CPIP e 3% de CPIP). Após 42 dias foi feita a coleta de sangue e em seguida o abate humanitário, onde foram coletados o intestino e o peito dos frangos. As rações foram analisadas quanto à composição centesimal, ácidos clorogênicos e ácidos graxos. Os frangos foram analisados quanto aos índices zootécnicos, parâmetros bioquímicos séricos (proteína total, colesterol, glicose, triglicerídeos, albumina, ácido úrico e globulina), espécies oxidantes, antioxidantes, enzimas e micrometria intestinal. A carne foi analisada quanto ao pH, cor e capacidade de retenção de água, perda por cocção de água da carne, espécies oxidantes e antioxidantes, ácidos clorogênicos, metais e ácidos graxos. Seis isômeros de ácidos clorogênicos foram identificados e quantificados no CPIP, apresentando um total de 9,42 g 100 g-1 de ácidos clorogênicos no co-produto. No CPIP foram detectados os elementos alumínio, cálcio, cobre, ferro, potássio, magnésio, sódio e zinco. Os ácidos graxos majoritários do CPIP foram o ácido graxo saturado hexadecanóico (ácido palmítico) e os ácidos graxos insaturados oleico, linoleico e linolênico. Os ácidos graxos insaturados foram os majoritários (54,9%), enquanto razão n6/n3 foi de 0,57. A fração lipídica do CPIP (3,3 g em 100 g de resíduo) apresentou perfil de ácidos graxos que vem ao encontro com as orientações dos órgãos de saúde no sentido da necessidade de aumentar a ingestão de ácidos graxos essenciais em proporções que reduzam as razões n6/n3 e pode ser considerada como um ingrediente importante para melhorar a qualidade da ingestão lipídica de dietas. Quanto ao desenvolvimento dos frangos, foi observado menor consumo de ração e, consequentemente, menor ganho de peso nos frangos dos tratamentos 2 e 3%, sem diferença entre tratamentos para conversão alimentar. Na carne, não foram observadas diferenças entre os tratamentos para análises de pH, cor, capacidade de retenção de água, perda por cocção de água e níveis de metais. Os ácidos clorogênicos não foram detectados nas amostras de carne dos 4 tratamentos. O consumo de rações contendo o co-produto propiciou a redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos sérico no sangue dos frangos. Resultados muito expressivos foram observados quanto ao teor de ácidos graxos na carne das aves que ingeriram CPIP como a redução de ácidos graxos saturados e trans, aliado ao aumento dos ácidos graxos poli-insaturados (especialmente o ácido linolênico). A razão dos níveis de ácidos graxos n6/n3 na fração lipídica da carne de peito de frangos foi de 14,05, 13,56, 12,83 e 11,54 para os tratamentos controle, 1%, 2% e 3%, respectivamente, havendo uma redução conforme adição de CPIP. Conclui-se que as doses testadas de co-produto impactam negativamente no desempenho das aves para peso corporal e ganho de peso, não impactam em conversão alimentar, mas geram efeitos positivos sobre as respostas dos parâmetros bioquímicos séricos e qualidade nutricional da carne.