Efeitos dos extratos de erva-mate sobre danos oxidativos e sua relação com anti e co-genotoxicidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Colpo, Ana Zilda Ceolin lattes
Orientador(a): Folmer, Vanderlei lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Doutorado em Bioquímica
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/1924
Resumo: O consumo de bebidas a base de erva-mate é parte dos hábitos e costumes de populações do sul do Brasil, Argentina e Uruguai. Seu consumo é um símbolo cultural vinculado à sociabilidade e demonstrações de cordialidade. Aprimorar o conhecimento sobre a associação de seu consumo com a saúde humana pode levar a formulação de paradoxos de grande relevância econômica e social. Assim, esta pesquisa teve como objetivos: i) avaliar a capacidade dos extratos de erva-mate modularem o equilíbrio redox a nível sistêmico em Drosophila melanogaster e em nível de sistema nervoso central (SNC) em ratos; ii) observar como os extratos podem afetar eventos genotóxicos relacionados a perda da heterozigose em asas de Drosophila melanogaster. Dietas acrescidas de colesterol foram usadas como indutoras de danos no estudo com moscas da fruta e imobilização no estudo com animais. Para avaliar a relação do extrato com mutagênese e antimutagênese empregou-se o Teste de Mutação e Recombinação Somáticas (SMART). Além disso, no delineamento experimental deste trabalho projetou-se o uso de extratos (mates) obtidos mimetizando a forma tradicional de consumo, assim nas abordagens com moscas da fruta empregaram-se extratos obtidos por extrações sequenciais. Com animais, por limitações impostas pelo experimento, empregou-se o extrato bruto obtido de forma convencional. Nesta vertente também se incluiu a avaliação dos efeitos do composto majoritário em extratos de erva-mate, o ácido clorogênico (CGA). Os resultados demostram que extratos de erva-mate, em Drosophila melanogaster expostas à dieta hipercolesterolêmica, são capazes de aumentar significativamente a capacidade de resistir a estresse induzido melhorando a homeostase redox. O que foi constatado pela redução dos níveis de produtos da peroxidação lipídica, recuperação da atividade enzimática da glutationa S-transferase (GST) e aumento do tempo de vida dos insetos. Nas regiões cerebrais córtex (CTX), hipocampo (HIP) e corpo estriado (STR) a indução de estresse por imobilização produz danos a lipídeos e proteínas. Mate e CGA foram capazes de atenuar esses prejuízos, demostrando seu potencial de melhorar a resistência a estresse induzido, efeito possivelmente mediado por sua capacidade antioxidante. Para completar, os resultados obtidos para a atividade genotóxica mostraram que mate não induz danos em asas de Drosophila, quer seja por processos mutacionais ou recombinatórios. Dados relativos à avaliação da antigenotoxicidade indicaram que os extratos reduziram a frequência de manchas mutantes em co-tratamento. No entanto, podem apresentar efeitos genotóxicos quando administrados após danos, isto pode ser resultado de sua ação na modulação de funções detoxificantes no organismo, relacionadas principalmente ao citocromo P450 (CYP). Com base em dados da literatura estas informações levam a suposição que compostos fenólicos podem provocar inibição do CYP reduzindo a metabolização e a eliminação de drogas, o que produz acumulação e aumento da toxicidade. Conclui-se, por meio do uso dos diferentes modelos experimentais e das propostas deste estudo, que a erva-mate possui significativa atividade antioxidante e não produz efeito genotóxico per se, mas sua relação com antigenotoxidade e metabolização de xenobióticos precisa ser confirmada por estudos aprofundados nesta abordagem.