Biossíntese e caracterização de nanopartículas de óxido de cobre (CuO) e óxido de zinco (ZnO) mediada por extratos foliares de Eucalyptus sp

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cruz, Nidria Dias
Orientador(a): Gatto, Darci Alberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais
Departamento: Centro de Desenvolvimento Tecnológico
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4830
Resumo: O gênero Eucalyptus é amplamente difundido por todo o Brasil, correspondendo a aproximadamente 70% da área de florestas plantadas. Isso deve-se a questões de adaptação ao clima e qualidade da madeira proveniente das espécies desse gênero. Entretanto, diversas partes que compõem essas árvores, como as folhas, possuem usos restritos, dificultando sua utilização, salvo as espécies as quais possibilitam a extração dos óleos essenciais. Logo, o objetivo desde estudo foi obter o maior rendimento em compostos fenólicos através da extração aquosa de folhas de Eucalyptus dunnii e Eucalyptus grandis e, posteriormente, utilizar esses extratos para a biossíntese de nanopartículas (NPs) de óxido de cobre (CuO) e óxido de zinco (ZnO). Os melhores parâmetros de extração de fenólicos obtidos através de Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR), foram de 80 ºC e 75 min para o E. dunnii e 72,7 ºC e 45 min para o E. grandis. Dois métodos de síntese foram utilizados para obter as NPs. No Método I em que a síntese ocorreu a temperatura ambiente por 24 h e as partículas foram apenas secas a 100 ºC, não apresentou picos de difração de raio-X, tendo assim comportamento de material amorfo para os dois óxidos. Constatado isso, realizou-se tratamento térmico em forno tipo mufla a 700 ºC para o CuO e 500 ºC para o ZnO, que passaram a apresentar cristalinidade e diâmetros de partículas de 19,88 e 26,47 nm respectivamente. No Método II, onde se utilizou maior concentração de sal precursor e temperatura de 80 ºC por 20 min com agitação magnética vigorosa e posterior queima a 500 ºC, as NPs apresentaram comportamento de materiais cristalinos. Os diâmetros foram de 24,72 e 25,28 nm para CuO sintetizado com E. dunnii e E. grandis, respectivamente, e 32,24 nm para ZnO sintetizada com E. dunnii. Através de análises de espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) determinou-se que os possíveis compostos envolvidos na síntese e estabilização das NPs são fenólicos, ácidos carboxílicos, álcoois e proteínas. As nanopartículas sintetizadas pelo Método II com extrato de E. dunnii foram testadas contra os fungos xilófagos de podridão branca Trametes versicolor e Phanerochaete chrysosporium, as CuO NPs inibiram entre 98-100% do crescimento do fungo P. chrysosporium em todas as concentrações testadas, porém o T. versicolor apresentou certa resistência em que a concentração mais alta inibiu 72,7% e a mais baixa apenas 10,87%. As ZnO NPs inibiram 100% o P. chrysosporium em todas as concentrações, além de apresentarem maior eficiência contra o T. versicolor, inibindo entre 81 e 93% o crescimento do mesmo. Sendo assim, conclui-se que as nanopartículas de óxidos biossintetizados através de extratos fenólicos de folhas de Eucalyptus são antifúngicos eficientes, podendo ser futuramente utilizados na preservação da madeira.