Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Scheik, Letícia Klein |
Orientador(a): |
Silva, Wladimir Padilha da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14606
|
Resumo: |
Salmonella spp., a bactéria causadora da salmonelose, causa milhares de surtos dessa Doença Transmitida por Alimentos por ano no mundo. O tratamento de casos severos da infecção pode dar-se com o uso de antimicrobianos, aos quais a Salmonella pode adquirir resistência, bem como podem tornar-se tolerantes aos sanitizantes frequentemente aplicados na indústria de alimentos, fazendo com que a bactéria seja uma fonte persistente de contaminação no ambiente de produção. O objetivo dos manuscritos 1 e 2 deste estudo foi caracterizar 55 isolados de Salmonella spp. provenientes de carcaças bovinas e produtos cárneos da cidade de Pelotas, quanto aos seus perfis fenotípicos e genotípicos de virulência e de resistência a antimicrobianos e a sanitizantes, bem como avaliar a diversidade genética entre os isolados. Todos os isolados apresentaram pelo menos um dos genes de virulência avaliados no estudo. A resistência à tetraciclina e à ampicilina foram as mais prevalentes, e o perfil fenotípico de multirresistência a antimicrobianos foi observado em mais da metade dos isolados (56,4%), dos quais 32,2% pertenciam ao sorovar Typhimurium, e 96,8% desses isolados multirresistentes são provenientes de produtos cárneos. Onze genes de resistência a antimicrobianos foram detectados em 31 isolados de Salmonella spp., entre os quais os genes tet(A) e blaTEM foram os mais prevalentes. Plasmídeos portadores de genes de resistência antimicrobiana foram encontrados em 41,9% dos isolados multirresistentes, sendo o gene tet(A) o mais detectado nos plasmídeos. A tolerância aos sanitizantes foi avaliada pela concentração inibitória mínima, apresentando valores de até 128 μg.mL-1 para o cloreto de benzalcônio e 32 μg.mL-1 para a clorexidina, sendo os isolados menos tolerantes a esses compostos do que ao ácido peracético e ao hipoclorito de sódio, que apresentaram concentração inibitória mínima de 2048 μg.mL-1. Além disso, quase 90% dos isolados que se mostraram tolerantes ao cloreto de benzalcônio foram isolados de produtos cárneos. O gene qacEΔ1, que foi o único gene de resistência a sanitizantes detectado nos isolados, foi correlacionado com o gene int1, sugerindo que existe uma relação entre a tolerância aos sanitizantes e a resistência antimicrobiana nesses isolados. Foi observada diversidade genética entre os isolados de Salmonella, especialmente nos sorovares Typhimurium, Anatum, Heidelberg e Derby. Clonalidade foi observada apenas no sorovar Senftenberg de carcaças bovinas. Já o objetivo do manuscrito 3 deste estudo foi investigar a ocorrência e a diversidade genética de Salmonella enterica subsp. enterica em linguiças comercializadas no sul do Brasil, bem como avaliar a presença de genes de virulência e determinar os perfis fenotípicos e genotípicos de resistência a antimicrobianos e sanitizantes. A prevalência de Salmonella nas amostras de linguiça analisadas foi de 5,5%. Os sorovares predominantes foram S. Infantis e S. Rissen. A análise por Eletroforese em Gel de Campo Pulsado (PFGE) revelou nove perfis distintos, e alguns deles foram reincidentes no mesmo estabelecimento em datas diferentes. Perfil de multirresistência a antimicrobianos foi observado em 21,4% dos isolados, e as resistências mais frequentes foram à ampicilina, sulfonamida, trimetoprima/sulfametoxazol e trimetoprima. Somente S. Schwarzengrund apresentou os genes tet(B), strA, strB e sul2. O cloreto de benzalcônio e a clorexidina foram mais efetivos que o ácido peracético e o hipoclorito de sódio, apresentando menores valores de concentração inibitória mínima. Os resultados observados neste estudo destacam a importância das boas práticas de fabricação em abatedouros e ambientes de processamento de alimentos, tanto em relação à contaminação cruzada quanto ao uso indevido dos compostos sanitizantes, a fim de reduzir a contaminação com Salmonella multirresistentes a antimicrobianos e tolerantes a sanitizantes em carnes e produtos cárneos. Também, seis sorovares de Salmonella foram encontrados em linguiças, demonstrando um risco potencial de salmonelose associado ao consumo deste alimento na região sul do Brasil. |