Marcadores de virulência extraintestinal e perfil de resistência a antimicrobianos em Escherichia coli isoladas de aves alimentos e ambiente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Campelo, Daniel da Fonseca Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/7735
Resumo: Escherichia coli é bem conhecida como uma bactéria comensal do intestino, porém algumas cepas são capazes de causar infecção intestinal ou extra-intestinal (ExPEC). ExPEC são patógenos relevantes pois, além da virulência inerente, são frequentemente multirresistente a antimicrobianos. Aos animais, principalmente aves (galinhas) tem se apontado um papel relevante como reservatórios dessas bactérias e mais recentemente aos alimentos como veículos da transmissão ao homem. Neste contexto, o presente estudo buscou avaliar o potencial patogênico extra-intestinal e o perfil de resistência antimicrobiana de cepas de E. coli isoladas de fezes (aves de postura tipo “caipira”, n=181), alimentos (carne crua de frango [criação convencional], n=70) e ambiente (solo, n=15). Investigou-se a expressão de hemolisinas, fimbria curli, aderência a superfície abiótica (vidro) e a presença defatores de virulência associados à virulência extra-intestinal (Grupo I): pap, kps, hly-A, cnf-1 e irp-2 e (Grupo II): fimH, csg, ecpA e iss. O perfil de suscetibilidade foi avaliado frente a 14 antimicrobianos bem como o fenótipo e genótipo de cepas produtoras de ESBL e AmpC. Um total de 262 cepas de E. coli isoladas de fezes de aves (A, n=148), de carne aviária crua (CA, n=101) e de solo (S, n=13) foi selecionado e submetido aos testes fenotípicos, ensaios de PCR em busca dos genes do Grupo I e testes de suscetibilidade. As cepas positivas a ao menos um dos genes do Grupo I, foram investigadas tanto para a presença de genes do Grupo II: fimH, ecpA, csgBA e iss, quanto à classificação filogenética, juntamente com as cepas positivas para ESBL e AmpC. A expressão de fímbria curli e a adesão em tubos de vidro foram elevadas em A, CA e S. Um total de 57 cepas (23 isoladas de fezes e 34 isoladas de alimentos) foram selecionadas e testadas para os genes do Grupo II. As frequências observadas variaram de 26,1% (iss - aves) a 97% (csg – carne aviária), sendo todas negativas para cnf-1 e hlyA. Dezenove perfis de virulência foram observados, sendo quatro compartilhados entre cepas de fezes e alimentos. A frequência dos genes de virulência foi significativamente maior em cepas isoladas de alimentos. Resistência a ao menos um antimicrobiano, foi detectada em 88,9% das cepas, e significativamente mais intensa em CA, com maior frequência de cepas MDR. Treze cepas foram detectadas fenotipicamente para ESBL e outras 13 para AmpC. Os perfis genéticos detectados de ESBL foram: blaTEM/blaCTX-m-1 (1), blaTEM/blaCTX-M-2(1), blaTEM/blaCTX-M-8 (1), blaCTXM-1(2), eblaCTX-M-2(7); para AmpC: blaEBC (3). A maioria das cepas foi classificada como pertencente aos grupos B1 e A, sendo o grupo B2 frequente em cepas com perfil destacado de virulência e resistência. Os perfis de virulência e resistência encontrados bem como a quantidade elevada de cepas MDR e a detecção de cepas produtoras de ESBL e AmpC representam um risco concreto da transmissão destas cepas e/ou genes ao ser humano, principalmente quanto as cepas isoladas de alimentos, o que reflete a influência da criação do tipo convencional destes animais.